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Eleições municipais

Por Walter Roque Gonçalves (*) | 29/09/2016 09:50

A administração geral passou por muitas transformações históricas para que pudesse reconhecer as principais diferenças entre administração pública e privada. Enquanto as finalidades da gestão privada têm como foco os interesses individuais, a visão da gestão pública, em tese, deveria buscar o bem comum da população que paga taxas e altos impostos para financiar tais serviços.

Mesmo com estas diferenças, há um fator que parece ser comum entre as duas áreas: a mão invisível que comanda a economia, de Adam Smith. Segundo o Dr. Gary Bolton, PhD em economia pela Carnegie Mellon University, a “mão invisível” citada por Smith refere-se ao interesse próprio fortalecido pela avareza e a ganância.

Tanto na gestão pública como na privada, o interesse próprio parece ser o principal motivador nesta busca desenfreada pelo acúmulo de capital. O esforço e o mérito, apesar de ser o caminho mais garantido e, por consequência natural, o mais estreito, nem sempre é o escolhido devido a urgência de poder. O efeito colateral pode ser prioridades invertidas, por exemplo, o foco que deveria estar no eleitor (gestão pública) ou do cliente (gestão privada) é substituído por articulações em pró aos interesses próprios.

Conforme dezenas de noticiários, há muitos expedientes armados para que a lei seja cumprida apenas no papel, contudo, na prática, a corrupção, improbidade administrativa e apropriações indébitas reinam nas entrelinhas das estratégias de gestão em ambas as esferas citadas.

As licitações são exemplos clássicos, muitas vezes, mesmo com a documentação alinhada com o que pede a lei, estas são alvo de um palco de cartas marcadas com o objetivo de manter valores superfaturados a serem rateados entre comparsas do setor público e privado: são licitações onde o valor é combinado previamente para que esta ou aquela empresa ganhe, ou ainda que funcionários aceitem propinas para favorecer os editais para uma ou outra empresa.

Isto se ainda, após ganharem as licitações superfaturadas, as entregas de produtos forem feitas em menor quantidade e qualidade. Trata-se do enriquecimento ilícito, fundamentado no orgulho, avareza, soberba e inveja, com o agravante de utilizar os recursos que deveriam suprir necessidades básicas da população como: saúde, educação, segurança e infraestrutura.

A esperança é o que move a sociedade, portanto não podemos acreditar que não existam políticos honestos, com certeza existem. Precisamos que eles sejam a maioria! E é no voto que temos a chance de acertar.

Que nestas eleições municipais existam candidatos dispostos a viver do salário que receberão (que não é pouco) com respeito aos recursos do contribuinte, que invistam em eficiência administrativa e resultados! É hora de parar de iludir o povo com promessas vazias e imprimir esforço, foco e dedicação aos reais problemas da população.

(*) Walter Roque Gonçalves é consultor de empresas, professor executivo/colunista da FGV/ABS (FGV/América Business School) de Presidente Prudente.

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