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Cidades

MS terá centro para tratar abuso de álcool e drogas entre indígenas

Problema crônico e reflete no aumento da violência contra crianças e mulheres nas aldeiras

Por Fernanda Palheta | 02/05/2025 10:45
MS terá centro para tratar abuso de álcool e drogas entre indígenas
Policiais no local onde jovem foi assassinada na aldeia Jaguapiru em 2023 (Foto: Arquivo/ Adilson Domingos)

Com a terceira maior população indígena do País, segundo Censo 2022, Mato Grosso do Sul terá o segundo o Cais Indígena (Centro de Acesso a Direitos e Inclusão Social), que terá tratamento contra abuso de álcool e drogas. De acordo com o Governo Federal, a implantação da unidade da região Centro-oeste está prevista para neste ano.

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Mato Grosso do Sul, que possui a terceira maior população indígena do Brasil, receberá o segundo Centro de Acesso a Direitos e Inclusão Social (Cais Indígena) para tratamento de abuso de álcool e drogas. A unidade, prevista para este ano, será instalada após consulta ao povo Guarani kaiowá. O Cais Indígena visa atender a população indígena em situação de vulnerabilidade, oferecendo suporte multidisciplinar e ações de prevenção ao uso prejudicial de substâncias. O primeiro centro foi inaugurado em Tabatinga, no Amazonas, em resposta a contextos de vulnerabilidade e narcotráfico na região.

O nome do município será divulgado pelo Ministério da Justiça em maio, após povo Guarani kaiowá, de Mato Grosso do Sul, ser ouvido. Com aldeias superpopulosas e a proximidade com a fronteira, uso abusivo de álcool e drogas dentro das aldeias do estado é um problema crônico e reflete no aumento da violência contra crianças e mulheres.

Levantamento feito pela UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) com dados das aldeias Bororó e Jaguapiru, em Dourados, aponta que "beber deixou de ser somente algo da tradição singular indígena e em alguns casos passou a ser patológico. Violências, suicídios, desnutrição infantil, abuso do uso de álcool e outras drogas são algumas das sequelas que ficaram na rotina destes povos".

Durante o conversa sobre a temática no Acampamento Terra Livre (ATL), em Brasília, no ano passado, lideranças indígenas sul-mato-grossenses destacaram a falta de atendimento psicológico e clínico às famílias indígenas. As lideranças da Aldeia Passarinho, de Miranda (MS), Wilson Jacobino e cacique Dirceu Marcos Justino, falaram sobre a necessidade de maior fiscalização dos pontos de venda de bebidas alcoólicas próximos às comunidades.

O Cais Indígena, faz parte da Estratégia Nacional Povos Indígenas na Política sobre Drogas, e tem como objetivo promover o acesso a direitos dos povos indígenas em situação de vulnerabilidade, com necessidades associadas ao uso problemático de álcool e outras drogas.

A unidade terá equipe multidisciplinar que fará o acolhimento e dará a orientação a pessoas indígenas. Os profissionais são membros do SUS (Sistema Único de Saúde (SUS), do Sistema Único de Assistência Social (Suas), do Sistema Único de Segurança Pública (Susp), além de representantes de órgãos responsáveis pelas políticas indigenistas.

Os moradores das aldeias receberam atendimento de prevenção ao uso prejudicial de substâncias e, conforme cada caso, outras ações serão voltadas à redução de danos decorrentes do uso prejudicial de substâncias.

O primeiro Cais Indígena foi inaugurado em Tabatinga, no Amazonas. O município localizado em área de tríplice fronteira entre o Brasil, Colômbia e Peru foi selecionado pelo Ministério da Justiça após análise do contexto de vulnerabilidade ampliada dos povos da região, por causa da presença do crime organizado, que usa a cidade como rota para o narcotráfico na fronteira amazônica.

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