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Cidades

Pacientes com doença cardíaca podem ser voluntários em pesquisa sobre AVC em MS

Serão selecionados os que tiverem arritmia cardíaca e não estejam usando remédio anticoagulante

Por Cassia Modena | 05/04/2024 08:38
Exame para avaliação da saúde cerebral de paciente, em hospital universitário (Foto: Luana Cunha/HU-UFMT)
Exame para avaliação da saúde cerebral de paciente, em hospital universitário (Foto: Luana Cunha/HU-UFMT)

Pessoas que moram em Mato Grosso do Sul e têm fibrilação atrial, doença mais conhecida como arritmia cardíaca, podem ser voluntárias em uma pesquisa internacional que quer contribuir para o avanço no mundo do tratamento do AVC (Acidente Vascular Cerebral) isquêmico, que causa coágulo sanguíneo no cérebro e é a forma mais comum da ocorrência.

Os interessados serão avaliados inicialmente e depois acompanhados por dois anos no Humap (Hospital Maria Aparecida Pedrossian), em Campo Grande, que realiza o estudo no Estado. A instituição de saúde é uma das sete que, no país, está convidando pacientes para a pesquisa internacional da farmacêutica estadunidense Anthos Therapeutics.

O estudo se chama Gardenia. Médica cardiologista subcoordenadora do trabalho no Humap, Adriana Lugo Ferrachini explica que sete pacientes já estão participando, desde o começo do ano. A meta é chegar a 30 voluntários em Mato Grosso do Sul.

Unidade coronária do Humap, à época da inauguração (Foto: Divulgação/Humap)
Unidade coronária do Humap, à época da inauguração (Foto: Divulgação/Humap)

O principal critério para participar é o paciente não estar tomando medicação anticoagulante para "afinar o sangue", explica a cardiologista. Não há exigência relacionada à idade da pessoa ou à origem da arritmia.

Nenhum tipo de remédio será administrado ao voluntário. Se ele já toma algum, não precisará interromper o uso. "É um estudo não intervencionista, em que a pessoa será avaliada primeiro e depois passará por quatro consultas para avaliar a taxa de sangramento [no cérebro]", resume Adriana.

O coordenador do estudo em Mato Grosso do Sul é o cardiologista Delcio Gonçalves. Também é subcoordenadora a médica Bruna Gameiro.

Cardiologistas Delcio, Adriana e Bruna, que realizam o estudo em MS (Fotos da montagem: Divulgação)
Cardiologistas Delcio, Adriana e Bruna, que realizam o estudo em MS (Fotos da montagem: Divulgação)

Precisa avançar - Ainda segundo Adriana, é uma dificuldade no tratamento do AVC os anticoagulantes serem contraindicados para uma parcela dos pacientes. Essa classe de medicamento é a principal aliada na prevenção.

Essa contraindicação é mais preocupante no caso das pessoas que convivem com arritmia cardíaca, doença que é uma das que mais causam o sangramento que antecede o AVC, ressalta a cardiologista.

Mortes - O AVC, junto às doenças cardíacas, está entre as principais causas de morte no mundo de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde).

Em Mato Grosso do Sul, segundo dados do DataSUS, foram registrados 4.957 casos de AVC entre 2014 e 2019.

O corpo dá sinais que ajudam a reconhecer a ocorrência: formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo; confusão mental; alteração da fala ou compreensão; alteração na visão (em um ou ambos os olhos); alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar; e dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente.

O AVC pode ocorrer sem levar à morte, no entanto, é possível que deixe sequelas e seja incapacitante.

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