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Cidades

PCC usou siglas “STF” e “STJ” para organizar plano de fuga de lideranças

PF identificou três planos da facção para fuga de presos, sequestro de servidores e invasão de presídios

Ana Paula Chuva | 10/08/2022 16:10
Marcola sendo transferido de Brasília para Porto Velho em março deste ano. (Foto: Reprodução | Twitter)
Marcola sendo transferido de Brasília para Porto Velho em março deste ano. (Foto: Reprodução | Twitter)

Investigação da PF (Polícia Federal) para desarticular o plano de fuga de lideranças do PCC (Primeiro Comando da Capital) apontou o uso de códigos para designar as táticas que seriam utilizadas na ação, entre elas as siglas “STF” e “STJ”. As informações são do jornal A Folha de S. Paulo.

Na decisão que autorizou a ação da polícia nesta quarta-feira (10), o juiz cita que foi identificado um documento com citações se referindo ao plano de fuga e para o sequestro de autoridades do Sistema Penitenciário Federal e de seus familiares, além de ordens de assassinatos.

Em dezembro do ano passado a apuração do plano teve início, logo após o setor de inteligência do Depen (Departamento Penitenciário Federal) informou à Polícia Federal que lideranças da facção citavam nomes de defensores e “recursos ao STF (Supremo Tribunal Federal) e a STJ (Superior Tribunal de Justiça” para cobrar o andamento do resgate em conversas com advogados.

Durante a investigação, a PF descobriu então que os nomes dos advogados e dos recursos às cortes superiores não existiam e então começou a apurar o uso de códigos para os planos de fuga.

A partir daí foram feitas interceptações telefônicas, quebras de sigilo telemático e conversas gravadas no parlatório dos presídios federais. Com isso, os investigadores descobriram a existência de três planos de fuga articulados pelos advogados e integrantes da facção em liberdade.

Designado pela sigla STF, o primeiro plano focava na fuga das lideranças, entre elas Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, através de invasão do presídio federal em Brasília. Nesse caso, a intenção seria utilizar a tática do novo cangaço, usada para roubos a bancos no interior do país.

A ideia era cercar o presídio e resgatar, além de Marcola, Cláudio Barbará da Silva, o Barbará, Valdeci Alves dos Santos, o Colorido, Esdras Augusto do Nacimento Júnior, Edmar dos Santos e Reinaldo Teixeira. O plano utilizaria de 40 a 60 homens fortemente armados para o ataque à penitenciária.

Já o outro plano, chamado de STJ, mirava o sequestro de diretores do Depen. O objetivo seria usar a liberação dos servidores pela liberdade de um integrante da facção apelidado de Ciro que, segundo investigação da PF, seria o próprio Marcola.

Por fim, batizado de “Suicida” o terceiro plano seria para iniciar uma rebelião no presídio federal com objetivo de facilitar a fuga das lideranças, já que servidores públicos seriam feitos reféns. Conforme as conversas interceptadas, em junho deste ano, o plano de resgate da cúpula estava “95% pronto”.

Ainda conforme a Folha de S. Paulo, a Polícia Federal afirmou que tomou diversas medidas para evitar que os planos fossem colocados em prática desde que percebeu a intensificação dos pedidos das lideranças para que os advogados acionassem os responsáveis pela execução.

Para entender o uso dos códigos, os policiais analisaram as conversas gravadas no parlatório dos presídios federais desde 2020, onde os presos afirmavam que trocariam o advogado em caso de não realização do plano de fuga. A suspeita é que essa era uma ameaça aos próprios defensores, também em forma de código.

Um documento apreendido também mostrou que STF era o plano para invadir o presídio de Brasília e resgatar Marcola, transferido em março deste ano para a penitenciária federal de Porto Velho (RO) e alvo de mandado de prisão hoje.

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