ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  18    CAMPO GRANDE 22º

Cidades

Após duas proibições, Noz da Índia desaparece das ruas da Capital

Em Mato Grosso do Sul é proibido vender o produto desde novembro de 2016 . No dia 7 de fevereiro, o Governo Proibiu a comercialização em todo o País.

Christiane Reis | 12/02/2017 07:47
O produto foi proibido no Estado em Novembro de 2016. (Foto: Arquivo)
O produto foi proibido no Estado em Novembro de 2016. (Foto: Arquivo)

Depois de duas proibições, a Noz da Índia não é mais encontrada em bancas de raizeiros e nem no Mercado Municipal de Campo Grande. A semente é usada como chá por pessoas que querem emagrecer, mas o consumo pode levar à morte. Nas ruas, comerciantes afirmam que acataram a proibição.

Na tarde de quinta-feira (9), a reportagem percorreu algumas bancas para verificar se havia o produto nas prateleiras. Constatou que, de fato, quem procura pela Noz da Índia não a encontra mais.

Com uma banca de raiz há cinco anos na Avenida Afonso Pena, Manoel Fernandes, 53 anos, disse que “não faz sentido vender algo que foi comprovado fazer mal às pessoas”, disse. Ele contou que há muito tempo não se vê o produto nas bancas, mas disse que as pessoas ainda procuram.

Proibições – Em novembro de 2016, Mato Grosso do Sul proibiu o comércio de Noz da Índia e, no dia 7 de fevereiro deste ano, seguindo os passos do Estado, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) vetou a venda de qualquer produto que tenha em sua composição Noz da Índia e Chapéu de Napoleão. A proibição é válida em todo território nacional.

Além da comercialização, a resolução também veda a fabricação, distribuição, importação, uso e divulgação, em todos os meios de comunicação, de medicamentos e alimentos.

Manoel Fernandes conta que não se encontra mais o produto há muito tempo. (Foto: Alcides Neto)
Manoel Fernandes conta que não se encontra mais o produto há muito tempo. (Foto: Alcides Neto)

A Noz da Índia já está proibida em países como Espanha, Austrália e Chile. O consumo da semente da planta pode resultar em quadros de intoxicação grave ou severa. Há relatos de morte e intoxicação grave em outros estados do País como São Paulo, Goiás e Espirito Santo.

Na resolução a Anvisa considerou as evidências de toxicidade do produto e a ocorrência de casos de óbitos no Brasil, a venda irregular desses produtos e a divulgação deles com indicações de emagrecimento, por suas propriedades laxativas.

Ainda de acordo com a Agência, as sementes de Chapéu de Napoleão – produto também proibido - se assemelham as de Noz da Índia e, quando ingeridas, também são altamente tóxicas e tem o seu uso proibido em diversos países.

Morte - No dia 1º de fevereiro de 2016, a cantora gospel Claudinha Felix, como era conhecida, morreu após consumir a planta. Ela teve uma parada cardiorrespiratória quando era atendida no posto de saúde do Bairro Nova Bahia, em Campo Grande.

Na época, os familiares relataram que, Claudinha ouviu falar da "noz da Índia" em uma academia que frequentou no ano passado. Tomou o chá do produto por cerca de 30 dias, mas, passou a apresentar quadros frequentes de falta de ar, inchaço, cansaço, fraqueza no corpo, queda de pressão e até desmaios.

Fiscalização - A prefeitura informou que a fiscalização está sendo feita pela Vigilância Sanitária  do Município de forma periódica dentro da rotina de vistoria pré-estabelecida a comércios e vendedores ambulantes.

Recentemente, a Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Vigilância Saqnitária, iniciou um trabalho de conscientização e orientação sobre os riscos do Nós da Índia. Na semana passada esse trabalho foi feito no Mercado Municipal, o Mercadão, e os comerciantes que vendiam já retiraram o produto da prateleira.

A prefeitura informou ainda, via assessoria de imprensa, que está programanda uma ação para fiscalizar os locais onde este produto eventualmente era comercializado. Caso o comerciantes seja flagrado vendendo o Nós da Índica ele poderá receber multa de R$100 a R$15 mil e terá o produto recolhido, além de correr o risco de perder o Alvará, em caso de reincidência.

Nos siga no Google Notícias