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Cidades

Arma usada por procurador está em nome do pai dele

Redação | 05/03/2009 08:12

O revólver calibre 38 usado para assassinar Cláudio Alexander Joaquim Zeolla, 23 anos, na manhã de terça-feira (3), em Campo Grande, está registrado em nome de Américo Zeolla.

Ele é pai do procurador de Justiça Carlos Alberto Zeolla, apontado pela Polícia Civil como autor do tiro que atingiu a nuca de Cláudio, matando-o. O jovem era sobrinho do autor, e já havia morado na casa dele.

Segundo a Polícia, o crime foi motivado por uma briga entre Cláudio e o avô, ocorrida no fim da tarde de segunda-feira. Américo chegou a ser internado no Proncor. Ele acompanhou o enterro do neto.

A arma foi encontrada na tarde dessa quarta-feira pelo Corpo de Bombeiros no córrego Guariroba a 30 quilômetros da área urbana da Capital, bem próximo ao indicado pelo adolescente de 17 anos que presenciou o crime.

As buscas começaram no leito do córrego, mas a arma foi achada em uma ponte. O revólver foi encaminhado para exame de balística. A investigação envolve cinco delegados.

Agora, como determina a Lei Orgânica do MPE (Ministério Público Estadual), todo o procedimento já realizado pela Polícia Civil foi encaminhado ao órgão. Cabe ao MPE terminar a oitiva de testemunhas e demais procedimentos que forem necessário.

Cabe à Polícia Civil finalizar as perícias requisitadas e fazer diligências, caso for requisitadas pelo MPE.

A Polícia chegou até o procurador através da placa do carro, anotada por testemunhas. Conforme os relatos, antes de atirar no sobrinho, ele ficou com o carro parado cerca de meia hora na esquina das ruas Bahia e Pernambuco.

Todo errado - O Fiesta de cor dourado era dirigido por um adolescente de 17 anos, também sobrinho do procurador. Por isso, ele pode ser incriminado por permitir que o garoto dirigisse e ainda corrupção de menores.

A conduta não combina com o currículo de Carlos Alberto. Ele atuou por bom tempo em promotorias da área de infância e adolescência e também foi um dos idealizadores e sócio fundador da Associação Sidrolandense de Amigos dos Menores e da Associação dos Protetores das Crianças e Adolescentes de Naviraí.

O procurador vive com outros três adolescentes, todos dizem ser sobrinhos dele, filhos de sobrinhas. O próprio Cláudio teria morado com o tio há 2 anos, depois resolveu viver com os avôs e há um mês mudou para a casa da namorada, Elizângela de Souza Almeida, de 25 anos.

Segundo a Polícia, Carlos Alberto não confessa o crime. Mas testemunhas o reconheceram, e o sobrinho dele, contou toda a dinâmica dos fatos, em detalhes, inclusive indicou o local em que a arma poderia estar. Além disso, foi encontrado sangue nas portas do Fiesta.

A Polícia já ouviu 14 testemunhas, entre elas uma namorada de Cláudio que falava ao telefone com ele na hora do crime. Ela ouviu o tiro. Três jovens já se apresentaram dizendo ser a namorada da vítima.

A família reconhece Elizângela como a "oficial". Ela também acompanhou o enterro do rapaz ao lado da irmã de Cláudio, Karla Zeolla, e da tia, Cirlene Zeolla.

O procurador Carlos Alberto permanece preso no Garras.

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