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Cidades

Bolivianos fecham fronteira contra nova candidatura de Evo Morales

População boliviana rejeitou a possibilidade de reeleição indefinida durante um plebiscito em 2016

Danielle Valentim | 21/02/2018 17:52
(Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)
(Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)

A fronteira entre o Brasil e a Bolívia - na divisa das cidades de Corumbá e Puerto Quijarro - está fechada nesta quarta-feira (21), pela terceira vez neste ano. O movimento que está promovendo protestos populares em todo o país vizinho é contra a permanência do presidente Evo Morales no poder.

Segundo o Diário Corumbaense, o bloqueio também acontece nas demais localidades de divisão territorial da Bolívia com outros países, como a Argentina. Chamado de 21-F, em referência ao dia 21 de fevereiro de 2016, data quando houve uma consulta pública sobre a possibilidade de candidatura para o terceiro mandato seguido de Evo, o movimento provocou o fechamento de parte do comércio e setores institucionais.

Na época da consulta pública, a população boliviana rejeitou a possibilidade de reeleição indefinida durante um plebiscito. Na ocasião, 51% dos que participaram da consulta popular rejeitaram alterar a Constituição boliviana, que estabelece limite de dois mandatos consecutivos para presidente, vice-presidente, governador e prefeito.

Entretanto, em novembro de 2017, a Justiça da Bolívia decidiu acabar com o número mínimo de mandatos consecutivos no país, favorecendo mais um mandato do presidente Evo Morales, levando em consideração o ocorrido antes da promulgação da nova Constituição. A nova eleição para o posto de presidente da Bolívia deve ocorrer em 2019.

Quem pode passar - A passagem pela fronteira entre Corumbá e Puerto Quijarro está permitida apenas para pedestres. Dois caminhões, estacionados entre a Central Fronteiriça (local onde se concentram os serviços de migração e aduana entre outros) impedem o fluxo de veículos nos dois sentidos.

Os estudantes brasileiros Ana Paula Romanini, Thiago Venâncio Souza e Laílson Muniz estavam retornando para a Bolívia onde cursam o ensino superior quando foram surpreendidos pelo bloqueio na fronteira.

“Isso vai atrapalhar nosso planejamento porque fomos informados que todo o fluxo dentro da Bolívia está parado. Nós iríamos pegar um ônibus agora às 11 horas da manhã, o que não vai acontecer porque teremos que esperar as estradas serem reabertas, ou seja, teremos que fazer uma escala forçada aqui na fronteira”, disse Ana Paula que veio do estado de Santa Catarina com destino a Cochabamba.

Paro Nacional - O presidente do Comitê Cívico de Arroyo Concepcíon (distrito fronteiriço de Puerto Quijarro), Antonio Chávez Mercado, afirmou que o “paro” terá duração de 24 horas, sendo o fluxo liberado a zero hora desta quinta-feira, 22 de fevereiro, porém não garantiu que novos bloqueios deixem de acontecer nos próximos dias.

“Tudo vai depender da maneira como o Governo vai tratar da situação que tomou conta de toda a Bolívia. O que queremos é simples, que se ouça a voz do povo, que não quer a mudança na Constituição para a perpetuação de um líder que há muito tempo já está no poder. Esse paro tem único propósito de lutar contra uma ditadura”, explicou.

Ele afirmou ainda que há outros pontos em Puerto Quijarro e Puerto Suárez que estão sofrendo o bloqueio com o intuito de causar uma paralisação em todo o país somados às ações que ocorrem nos demais departamentos (Estados) bolivianos.

De acordo com o jornal El Deber, apenas no departamento de Oruro é que as manifestações não estão sendo sentidas. Nos demais departamentos, além dos bloqueios, estão acontecendo marchas e diversos tipos de manifestações.

Na cidade de Santa Cruz, há registros de escolas públicas e privadas que não estão tendo aula nesta quarta. Na Capital, La Paz, a polícia boliviana entrou em ação com dispersores químicos para acabar com algumas manifestações em determinados pontos da cidade.

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