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Capital

“Só me resta chorar”, diz pai de jovem morta por marido com tábua de carne

Corpo da jovem foi encontrado em casa, cinco dias após o assassinato

Danielle Valentim e Bruna Kaspary | 31/08/2018 10:30
Após discussões, até por cachorros, Gélvio costumava sair de casa. (Foto: Arquivo/Pessoal)
Após discussões, até por cachorros, Gélvio costumava sair de casa. (Foto: Arquivo/Pessoal)

Depois de dois anos do crime, Gélvio Nascimento Rosseto acusado de espancar até a morte a companheira Luana de Campos Grecco, na época 22 anos, passa por julgamento na manhã desta sexta-feira (31), na 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande.

O depoimento do pai de Luana, Celso Aparecido Greco, durou pouco mais de uma hora e meia. Ele relatou os últimos anos da filha, desde o dia em que conheceu o réu ao dia em que a deixou em casa, e foi embora sem se despedir.

Segundo Celso, Luana conheceu Gelvio aos 14 anos, quando os dois frequentavam uma igreja evangélica. Eles começaram a namorar e o relacionamento já completava 3 anos, quando a jovem descobriu que o jovem estava usando drogas.

Depois da descoberta ficaram separados por mais três anos, até que o rapaz reapareceu enviando flores e até carro de som. Ainda conforme relato do pai, certo dia Gelvio foi até sua casa para conversar com Luana.

Depois do diálogo, Luana entrou na residência e contou ao pai que o rapaz queria se casar com ela. O pai aconselhou a filha de que, em princípio, o melhor seria apenas morar com o jovem e não se casar. A moça foi morta seis meses depois.

“Eu tinha ideia de que ele não era uma boa pessoa e pelo histórico deles eu acreditava que não seria bom para ela. Eles brigavam muito e toda vez que brigavam, Gelvio pegava os cachorros e saía de casa”, conta.

Respondendo a questionamentos do promotor José Arturo Bobadilla, o pai de Luana disse que no dia 24 de setembro, pela manhã, a jovem foi até sua casa pedindo a motocicleta emprestada para procurar o marido.

À noite, a jovem entregou a moto e o pai percebeu que ela havia percorrido a distancia de 100 km. Antes de sair, Luana pediu para que Celso ligasse e pedisse para Gelvio voltar para casa. “Eu disse para ela que não ligaria e ela rebateu dizendo que se mataria se eu não ligasse. Quando soube da morte até achei que fosse isso. Eu levei ela para casa, ela não se despediu e essa foi o último contato que tive”, disse.

Ainda segundo o pai, a jovem tentou internar o marido diversas vezes achando que ele mudaria, mas nunca conseguiu por falta de apoio da sogra. “Minha vida está acabando porque acabaram com a vida da minha filha. Ele matou minha razão de viver. Hoje só me sobra chorar”, disse.
Mais três testemunhas deverão ser ouvidas antes do réu, nesta sexta-feira.

Defesa - Em 2017, a defesa de Gélvio entrou com recurso, na 1ª Vara do Tribunal do Juri, pedindo a absolvição de seu cliente por falta de provas. Segundo o advogado Luiz Marla Nunes Carneiro, em documento anexado ao processo desde a fase extraprocessual, Gélvio afirma que não cometeu o crime.

“Ele esclareceu ainda com mais detalhes, na fase judicial, sobre o dia de sua prisão, e que na realidade, é também uma vítima, pois a sua companheira, de mais de 10 anos de relação, foi morta”, diz. Segundo inquérito policial, Gélvio era dependente químico e Luana não aceitava, motivo pelo qual o casal vivia brigando.

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