"Tentei tirar a arma dela e disparou", diz PM que matou mulher com 4 tiros
Crime aconteceu em outubro de 2010 na casa do autor, na Rua Tintoreto, no Bairro Nossa Senhora das Graças
Durante julgamento nesta manhã (21), na 1ª Vara do Tribunal do Júri, o policial militar da reserva, Valdecir Ferreira, disse que matou com quatro tiros, Kátia Campos Valejo, 35 anos, por legitima defesa. O crime aconteceu na casa dele, na Rua Tintoreto, no Bairro Nossa Senhora das Graças, em outubro de 2016. Kátia era dependente química, tinha passagem por tráfico de drogas e chegou a ser julgada, mas foi absolvida.
Valdecir contou que conheceu Katia em uma conveniência e desde então passou a ter relacionamento amoroso com a mulher. O crime aconteceu no terceiro encontro que teve com a vitima. “Estava em casa, quando chegou pedindo cerveja. Ela entrou. Fui tomar banho. O banheiro não tinha porta, nem box. Estava ainda com o corpo ensaboado, quando me deparei com ela apontando a arma em minha direção e pedindo por dinheiro”, relatou. Segundo Valdecir, o revólver calibre 38, era de sua propriedade e ficava escondido em cima do colchão, embaixo do edredom.
Ele, então, pediu para Kátia abaixar o revólver, mas quando percebeu que a mulher estava ficando nervosa, se aproximou dela e segurou no tambor da arma lutando com a vítima. “O revólver virou em direção dela e disparou. Foi tudo muito rápido”, disse.
Segundo Valdecir, houve os disparos porque, no momento em que tentava tirar o revólver da vítima, acabou pressionando a mão dela que estava no gatilho. Kátia foi morta com quatro tiros. No corpo dela, havia sete marcas de bala. Questionado sobre isso, o policial não soube responder, apenas afirmou que os disparos não foram pelas costas, como afirmou a polícia na época. Após o crime, foi para a BR-080, pegou carona com um caminheiro e foi para Rochedo.
Depois de dois dias, entrou em contato com o advogado e foi orientado a se entregar. Ele prestou depoimento na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) e foi liberado, mas depois de alguns teve a prisão preventiva decretada. Ele ficou 3 meses preso até conseguir a liberdade provisória. Ao relembrar do caso, Valdecir chorou e reclamou da atual situação. “A minha vida acabou. Antes tinha uma casa mobiliada. Agora moro numa quitinete, sem espaço. Depois de um episódio assim, as pessoas te abandonam”, lamentou. O resultado do julgamento deve sair no período da tarde.