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Capital

ALL pede reintegração de posse de área às margens de ferrovia na Capital

Paula Vitorino | 28/11/2011 14:08

Assentados dizem que não tem para onde ir e afirmam ter recebido ameaças

A empresa ferroviária ALL (América Latina Logística) pediu a reintegração de posse da área às margens da ferrovia na saída para Sidrolândia, em Campo Grande, próximo ao viaduto da BR-262. Os assentados do local foram comunicados na sexta-feira (25) por oficial de justiça.

A ordem de desocupação era imediata, mas foi prorrogada até esta segunda-feira (28). No entanto, o representante do acampamento do MST, Jonas Carlos da Conceição, diz que as famílias não têm para onde ir e esperam mais prazo judicial.

São 100 famílias assentadas às margens da ferrovia, sendo que muitas com crianças e adolescentes em idade escolar. Jonas ressalta que os estudantes frequentam escolas próximas e um ônibus escolar da Prefeitura faz o transporte.

“Se tirarem a gente daqui, próximo do fim do ano letivo, como que essas crianças vão concluir o ano? A gente não tem outro local para ir”, diz.

Jonas ainda afirma que as famílias estão sendo ameaçadas por funcionários da empresa, que teriam afirmado ter autorização para retirar as famílias e "jogar em um barracão”.

Já a ALL, em nota, esclarece que não tem envolvimento com o processo de desocupação da área, que deve ser feito pela Polícia, mas que poderá solicitar apoio policial caso os assentados não cumpram o prazo para sair da área.

Os assentados encaminharam carta de denúncia e pedido de apoio ao ouvidor nacional agrário, o desembargador Gersino José da Silva Filho, e ao ouvidor nacional dos direitos humanos, Domingos Sávio Dresch da Silva.

Segundo Jonas, o desembargador Gersino se prontificou a intervir sobre a situação junto ao judiciário.

A área é ocupada pelas famílias a pouco mais de um ano, enquanto os assentados esperam ser beneficiados pelo Incra. O terreno às margens da ferrovia pertence a União, mas a ALL tem a concessão da área.

Segundo Jonas, a mesma área já tinha sido ocupada por cerca de 3 anos por outro grupo de sem-terra, que só saiu após ser contemplado pela reforma agrária. “Nunca tivemos problema ou algum tipo de desentendimento no local antes. É a primeira vez que querem nos tirar daqui”, diz.

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