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Capital

Babá sofre ameaças do ex-marido há 6 anos e teme pela vida da filha

Flávia Lima | 07/03/2015 11:50
Edinir diz que teme pela segurança da filha. (Foto:Arquivo Campo Grande News)
Edinir diz que teme pela segurança da filha. (Foto:Arquivo Campo Grande News)

O martírio da babá e salgadeira Edinir Moura Vieira, 44 anos, que há seis anos sofre com as perseguições e ameaças do ex-marido Paulo Marques dos Santos, 55, parece estar longe de acabar. Em 2013 Edinir procurou a equipe do Campo Grande News para relatar as tentativas de homicídio praticadas pelo ex-marido contra ela pelo fato de não aceitar a separação.

Agora, ela luta para recuperar a filha de 12 anos levada pelo pai há pelo menos um mês. A babá conta que Paulo procurou a menina com a desculpa de comprar tênis, mas não levou a garota de volta para casa e, segundo Edinir, a mantém presa dentro de casa. “Tenho medo do que ele possa fazer com ela porque ele é usuário de drogas e pode até cometer um abuso sexual contra minha filha”, diz. O casal mora no bairro Moreninhas, em endereços próximos.

Apesar de não devolver a menina à mãe, Edinir conta que Paulo usa a garota para obter informações sobre sua rotina. “Ele manda ela ir na casa de uma amiguinha que mora aqui perto para me espionar e relatar o que estou fazendo, se estou saindo, trabalhando e ela, na inocência, ajuda passando as informações”, relata.”a menina em sua casa

A salgadeira conta que a mãe do ex-marido, que também mora com ele, insiste para que ele devolva a garota, mas ele reluta em obedecer. “Eles não tem condições de criar. A menina fica na rua, dorme na casa de amigos e não tem regras”, conta.

Ela chegou a ir algumas vezes na casa do ex-marido acompanhada pela polícia para recuperar a menina, mas foi ameaçada de morte. “Os policiais disseram que precisaria resolver isso no Conselho Tutelar”, disse. Seguindo a orientação, a salgadeira procurou o Conselho Tutelar Sul, na região do Aero Rancho, nesta quinta-feira (26), na tentativa de obter ajuda, porém, foi informada de que o pai havia conseguido, através de um conselheiro identificado apenas como Alex, um termo de responsabilidade que o autoriza a ficar com a menina em casa.

“Como eles dão uma criança para ficar com um homem que já tem vários boletins de ocorrência registrados contra ele?”, questiona. A coordenadora do Conselho Tutelar Sul, Cassandra Szuberski explicou que os termos de responsabilidade são dados para evitar acolhimento institucional do menor. “Só damos quando a criança apresenta algum sinal de maus tratos e ainda assim todo caso é investigado”, ressalta.

Também no Conselho Tutelar ela foi avisada de que a menina esteve no local nesta quarta-feira, alegando que apanha da mãe, e que por isso prefere ficar na companhia do pai. “Ele está obrigando ela a mentir. Tenho medo de que possa fazer algo pior porque ele é violento”, destaca. Preocupada com a situação da filha, Edinir buscou um advogado para recuperar a filha através de um mandado de segurança

A babá rebate a acusação de que bate nos filhos, alegando que tem a guarda das crianças há mais de cinco anos e que o ex-marido cria esses fatos para tirar os filhos dela.

Ameaças - O casal conviveu junto durante 20 anos e teve quatro filhos com idades de 20, 19, 12 e 8 anos. A família morava em São Paulo, quando decidiu vender tudo o que tinha para tentar a vida em Campo Grande, onde moram os familiares de Paulo. Após dois meses que estavam na Capital, Edinir disse que pediu a separação, pois o homem que sempre foi violento havia piorado porque passou a beber.

Em 2013 o ex-marido tentou matá-la durante um show no Parque Jacques da Luz, no bairro Moreninha. O primeiro boletim de ocorrência contra Paulo foi registrado em janeiro de 2010 e de lá para cá foram vários registros de violência doméstica, inclusive várias medidas protetivas foram concedidas à ela pela Justiça, mas as ameaças e as agressões continuaram.

Em dezembro de 2012 foi solicitada a prisão preventiva de Paulo por violência doméstica. Edinir conta que semana passada ele a perseguiu na feira que acontece aos domingos nas Moreninhas e também a seguiu até o terminal de ônibus do bairro, fazendo ameaças de morte.

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