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Capital

Bebê sem ânus espera há 1 mês que poder público compre bolsa de colostomia

Estado de Mato Grosso do Sul e Município de Campo Grande não estão fornecendo o material, segundo a mãe

Por Cassia Modena | 29/07/2025 11:26
Bebê sem ânus espera há 1 mês que poder público compre bolsa de colostomia
Bolsa de colostomia que é utilizada para coletar fezes do bebê e evitar infecções (Foto: Arquivo da família)

O bebê da professora Amanda Waismann, 34, nasceu com uma condição delicada: a ausência de ânus. Para se manter vivo, precisa usar bolsa de colostomia. A troca é diária.

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Mãe luta para garantir bolsas de colostomia para o filho em Campo Grande. O bebê nasceu sem ânus e depende do material para sobreviver até a cirurgia corretiva, marcada para setembro. A família obteve liminar favorável na Justiça, mas o Estado e o Município descumprem a decisão. A professora Amanda Waismann relata as dificuldades financeiras para comprar as bolsas especiais, que custam cerca de R$ 1,3 mil por mês. O material fornecido pelo SUS causou alergia no bebê. A Justiça determinou que o Estado e o Município forneçam as bolsas, mas após 30 dias a decisão ainda não foi cumprida. A família teme que a falta do material prejudique a saúde do bebê e a realização da cirurgia.

Amanda mora em Campo Grande e conseguiu retirar um pacote de bolsas na rede pública, mas o filho apresentou alergia ao plástico. "Ficou todo vermelho. Poderia infeccionar, acontecer algo pior. A médica mandou tirar", conta.

O jeito foi comprar outra marca de bolsa que minimiza a chance de alergias, mas não é fornecida pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Os gastos somaram cerca de R$ 1,3 mil no primeiro mês por 30 unidades mais a placa protetora que deve ser colocada na região perfurada como alternativa para a saída das fezes.

Bebê sem ânus espera há 1 mês que poder público compre bolsa de colostomia
Bebê se adaptou a bolsa e placa protetora que precisam ser compradas (Foto: Arquivo da família)

O marido de Amanda e pai do bebê é encanador e está em período de experiência no novo emprego. Eles têm outra filha de dois anos e tentam equilibrar o orçamento familiar e arrecadar recursos para a compra das bolsas por meio de rifas e vaquinhas.

Sem condições de continuar comprando os materiais, a família recorreu à Defensoria Pública e conseguiu, na Justiça, que o Estado de Mato Grosso do Sul e o Município de Campo Grande fornecessem a quantidade de bolsas que o bebê precisará usar até a data da cirurgia para a perfuração anal e por três meses após.

A decisão é descumprida há mais de 30 dias, no entanto. "Estamos aflitos porque a operação está marcada para setembro deste ano e, até lá, meu filho precisa estar 100% saudável. Sem nenhuma gripe, alergia, sem qualquer probleminha", explica a mãe. Ele não pode deixar de usar as bolsas às quais se adaptou.

Descumprimento - A tutela provisória que obriga o poder público a fornecer as bolsas saiu em 9 de junho, dando o prazo de 15 dias para o bebê começar a recebê-las. A responsabilidade será compartilhada, com o Município tendo que custear seis meses do uso e o Estado mais seis meses.

O Estado chegou a se manifestar no processo, afirmando que depositaria a quantia referente ao material em uma conta judicial. Segundo Amanda, isso não foi feito até esta terça-feira (29).

A mãe tentou retirar as bolsas que teriam que ser fornecidas pelo Município no CEM (Centro de Especialidades Médicas), mas também não conseguiu.

"Perdi as contas de quanta gasolina já gastei indo até lá e ouvindo que não tem. Da última vez, falaram que chegaria em 90 dias. Mas, até lá, a cirurgia já aconteceu", relata.

A reportagem questionou as assessorias de imprensa da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) e SES (Secretaria Estadual de Saúde) sobre o descumprimento da decisão e aguarda o retorno para acrescentar à matéria.

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