Clínica psiquiátrica acumula dívida de R$ 5,7 milhões com donos de antigo hotel
Débito era de R$ 3,8 milhões quando a cobrança foi protocolada, em dezembro do ano passado
Donos do Âncora Hotéis, na Avenida Gury Marques, onde funciona atualmente a Clínica Carandá, que atende pacientes psiquiátricos, cobram na Justiça uma dívida de R$ 5,7 milhões em aluguéis e impostos atrasados. O processo é movido contra o empresário Etalivio Fahed Barros, por meio da Fundação Adonai de Ensino, Cultura e Assistência Social, responsável pelo contrato de arrendamento.
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A Âncora Hotéis move processo judicial contra a Clínica Carandá, em Campo Grande, cobrando dívida de R$ 5,7 milhões referente a aluguéis e IPTU atrasados. O débito, que inicialmente somava R$ 3,8 milhões em dezembro de 2022, aumentou após meses de inadimplência do contrato de arrendamento firmado até 2030. A clínica, que enfrenta crise financeira desde 2022, acumula denúncias de funcionários por não pagamento de direitos trabalhistas e foi interditada pela Vigilância Sanitária em abril de 2023. Recentemente, firmou acordo com o Ministério Público para adequação às normas sanitárias, sob pena de multa em caso de novas irregularidades.
O pedido de cobrança foi protocolado em dezembro do ano passado, quando a dívida somava R$ 3,8 milhões — R$ 3,1 milhões de aluguéis e R$ 662,9 mil em IPTU, não pagos há pelo menos 30 meses.
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O arrendamento foi firmado por dez anos, de agosto de 2020 a agosto de 2030. A clínica chegou a ser notificada extrajudicialmente e assinou confissão de dívida, mas a inadimplência continuou e em junho deste ano, houve atualização do processo e a dívida passou para R$ 4,7 milhões em aluguéis e R$ 1 milhão em IPTU.

Na ação, os proprietários do Âncora pedem o bloqueio de bens do devedor antes mesmo da citação, para evitar dilapidação patrimonial. Caso não haja valores disponíveis, solicitam a penhora de carros ou imóveis.
A administração da clínica informou que não foi notificada e disse desconhecer o processo. O Campo Grande News também procurou o empresário citado, mas não obteve retorno até a publicação. Já os autores, representados pelo advogado Cláudio Santos Viana, não se manifestaram.
Histórico - Pelo menos desde 2022, a crise financeira na clínica que já foi referência no atendimento de dependentes químicos e outros pacientes psiquiátricos, veio à tona. Muitas denúncias de funcionários e ex-funcionários, bem como centenas de ações trabalhistas, cobram o não pagamento de direitos trabalhistas e salários.
Além disso, em abril de 2023, o local foi interditado pela Vigilância Sanitária Estadual por problemas diversos, mas o atendimento acabou sendo liberado, ainda que parcialmente. Sobre isso, a clínica fez acordo recente com o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e vai pagar multa se forem encontradas novas irregularidades pela Vigilância Sanitária.
Assinado no dia 1º de setembro, o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) previa que a unidade 2 da clínica, localizada na Avenida Gury Marques, em Campo Grande, adotaria até o dia 15 de setembro as providências para atender às normas da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e do Ministério da Saúde, além de eliminar problemas considerados “nível crítico”.
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