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Capital

Com 7 inquéritos contra fonoaudiólogo, Depca encerra investigações de estupros

Pelo menos 40 crianças foram ouvidas e polícia pode reabrir investigações caso novas denúncias sejam feitas

Silvia Frias | 26/04/2022 09:58
Wilson Nonato Rabelo Sobrinho foi preso no dia 9 de março, em flagrante (Foto/Arquivo: Henrique Kawaminami)
Wilson Nonato Rabelo Sobrinho foi preso no dia 9 de março, em flagrante (Foto/Arquivo: Henrique Kawaminami)

A Polícia Civil encerrou as investigações sobre o fonoaudiólogo Wilson Nonato Rabelo Sobrino, 30 anos, denunciado por estuprar meninos de 4 a 8 anos que eram atendidos por ele, em uma clínica de Campo Grande.

Ao todo, foram relatados 7 inquéritos em que Sobrinho foi indiciado por estupro de vulnerável (artigo 217) do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

As vítimas têm entre 4 a 8 anos de idade, todos meninos, que foram atendidos por ele em sessões de fonoaudiologia. Sobrinho se aproveitava do fato de estar sozinho com as crianças, passava mão nelas, se masturbava e ainda filmava alguns dos abusos praticados.

O delegado da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), Marcelo Damaceno, disse que as investigações foram encerradas depois que pelo menos 40 crianças atendidas pelo fonoaudiólogo foram ouvidas.

Os depoimentos resultaram em 7 inquéritos, já relatados ao MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), sendo que pelo menos um já foi denunciado e tramita na 7ª Vara Criminal de Campo Grande, para onde os outros devem ser encaminhados também.

Inicialmente, a Polícia Civil tinha intenção de ouvir todas as crianças atendidas por Sobrinho durante o ano que trabalhou em Campo Grande, desde que veio de Manaus (AM). Em 2021, foram 75 e, este ano, mais 67.

Porém, alguns pais não compareceram e, caso tenham interesse, as crianças poderão prestar depoimento e nova investigação será aberta.

Prisão - Wilson Rabelo Sobrinho foi preso no dia 9 de março, na clínica Fonoclin, depois que a mãe de um dos pacientes dele o denunciou pelos abusos sexuais.

A mulher foi informada pelo outro filho, de 10 anos, o que acontecia com o caçula. Ela foi até o estabelecimento, aguardando na sala de espera, até que o garoto de 8 anos saiu correndo da sessão, dizendo que o profissional havia passado a mão nele. Depois desse flagrante, a PM (Polícia Militar) foi acionada.

Depois da divulgação do primeiro caso pela mídia, vários pais começaram a procurar a polícia. A polícia descobriu que o fonoaudiólogo pedia silêncio às vítimas do abuso, passando os dedos pela boca, como se fosse zíper.

Em nota, a clínica havia informado que os pais ou responsáveis poderiam acompanhar as sessões, mas o Campo Grande News apurou que a orientação dada pelos fonoaudiólogos, entre eles, Wilson Nonato Sobrinho, era que não poderiam ficar na sala.

Os profissionais e as clínicas de fonoaudiologia de Mato Grosso do Sul são fiscalizados pelo CRFa 5ª Região (Conselho Regional de Fonoaudiologia), com sede em Goiânia e abrange os estados de MS, MT, TO, GO e o DF.

Em declaração anterior ao Campo Grande News, p assessor jurídico do conselho, Ronaldo Abi-Faiçal Castanheira, disse que a orientação dada por Wilson Rabelo Sobrinho fere o inciso 10 do artigo 10 do Código de Ética da categoria: "permitir o acesso do responsável ou representante(s) legal(is) durante procedimento fonoaudiológico, salvo quando sua presença comprometer a realização deste".

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