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Capital

Com plano de saúde, jovem não faz cirurgia e abandona faculdade

Lidiane Kober | 22/08/2014 14:36
Desde fevereiro, Aline largou o trabalho e a faculdade e a maior parte do tempo fica na cama (Foto: Marcelo Calazans)
Desde fevereiro, Aline largou o trabalho e a faculdade e a maior parte do tempo fica na cama (Foto: Marcelo Calazans)

Após acidente, a estudante de Direito, Aline Fernanda Corrêa, 22 anos, viu sua vida virar de ponta-cabeça. Ela enfrenta saga por cirurgia e precisou parar suas atividade por não conseguir o procedimento. Até a rotina dos pais, precisou mudar. A mãe foi obrigada a se afastar do trabalho para cuidar da filha, o pai adquiriu duas hérnias de disco e até de casa eles vão mudar por não conseguir deslocar a cadeira de rodas.

O acidente ocorreu em fevereiro, cerca de 20 dias depois de a jovem ingressar em um novo trabalho. Ela quebrou os dois joelhos. Em um deles, teve perda de 30% da patela, além disso, quebrou os dois fêmures, com explosão óssea no esquerdo, que resultou na perda de 5 centímetros do osso.

Pouco tempo depois do acidente, ela conseguiu, pelo SUS (Sistema Único de Saúde), as cirurgias e passou por quatro procedimentos. O drama, porém, se agravou após constatar que, por conta da explosão óssea, a haste implantada não colou e o parafuso inferior se rompeu.

Diante do diagnóstico, o médico detectou a necessidade de uma nova cirurgia para substituir a haste, os parafusos e realizar um enxerto ósseo a fim de colar as estruturas. Conveniada à Unimed, ela recorreu ao setor privado, contudo, defrontou-se com uma verdadeira saga.

Pai de Aline, o contador Paulo da Silva, 50, entrou com o pedido da cirurgia e do material dia 27 de junho. “No dia 30 de junho, cancelaram o cartão, sob alegação de que teria outro, mas esperaram 21 dias para nos avisar que o cartão foi cancelado”, relatou.

Diante do problema, a família reivindicou outra via do documento. “Se passaram mais 27 dias e estão nos enrolado, toda hora pedem uma coisa, chegaram ao absurdo de cobrar do médico três fabricantes da haste, sendo que quem indica é o convênio”, comentou Paulo.

Reviravolta – De cama há seis meses, Aline viu sua vida mudar. “Ela só anda de cadeiras de rodas, uma das pernas já encolheu três centímetros, precisou abandonar o trabalho, trancar a faculdade e nem ao banheiro consegue ir sozinha”, contou Paulo.

Para ajudar a filha, a mãe pediu licença do trabalho e o pai adquiriu duas hérnia de disco de tanto empurrar a cadeira. “Vamos sair da nossa casa, que tem escadas, e alugar outra porque não consigo mais ajudá-la”, disse Paulo.

“Dependo dos outros, não posso nem ir ao banheiro sozinha. Era uma pessoa ativa, trabalhava, estudava, participava das atividade na igreja, agora, sinto dores contínuas e estou a mercê de uma convênio”, comentou Aline.

Procurada pela reportagem, a Unimed não se manifestou sobre o caso.

Carteira da Unimed é clara e diz que não há carência para cumprir (Foto: Marcelo Calazans)
Carteira da Unimed é clara e diz que não há carência para cumprir (Foto: Marcelo Calazans)
Laudo médico comprova a necessidade de cirurgia (Foto: Marcelo Calazans)
Laudo médico comprova a necessidade de cirurgia (Foto: Marcelo Calazans)
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