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Capital

Cortiço usado por dependentes sempre tem crianças, dizem vizinhos

Viviane Oliveira | 26/04/2012 12:01

Após criança de 3 anos ser achada em casa, Polícia diz que é preciso ação mais complexa para combater problemas

Cortiço que usuários usam para vender e consumir drogas. (Fotos: Pedro Peralta)
Cortiço que usuários usam para vender e consumir drogas. (Fotos: Pedro Peralta)

Moradores da rua dos Barbosas, afirmam que é constante a presença de crianças na boca de fumo que foi estourada no final da tarde de ontem (25), no bairro Amambaí, em Campo Grande. Ao entrar no cortiço, que segundo os moradores é um ponto de drogas, policiais civis encontraram um menino de três anos, que estava junto com o pai enquanto ele consumia pasta-base de cocaína.

Na manhã de hoje a reportagem do Campo Grande News esteve no local, onde a movimentação de dependentes químicos continua intensa. Na vizinhança, os moradores tem receio de falar, outros que aceitaram conversar com a reportagem pediram para não ser identificados.

Uma mulher de 44 anos, vizinha do cortiço, afirma que não é surpresa crianças no local. “A gente vê criança de colo entrando aí com as mães. Fico morrendo de dó, mas fazer o que? Eu faço a minha parte chamando a Polícia", afirma.

A moradora relata que o movimento no local é constante. Ela ainda aponta outro cortiço na rua, que também é usado por dependentes químicos. “Eles alugam as casas para usarem e comercializar a droga”, destaca.

Outro vizinho que mora na região há 35 anos conta que essas pessoas que ficam nos faróis pedindo dinheiro cuidando de carro, inclusive adolescentes, alugam o imóvel para consumir droga. “À noite a movimentação é maior de carros, motos, gente entrando e saindo".

Ontem quatro pessoas foram detidas no cortiço.
Ontem quatro pessoas foram detidas no cortiço.
O menino está em um abrigo.
O menino está em um abrigo.

O delegado da Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico), Marco Antônio Balsanini, disse que é comum este tipo de situação entre usuários de drogas.

Ele cita o exemplo da "Casa Rosa", ponto antigo de venda de drogas e esconderijo de bandidos – na rua Vasconcelos Fernandes, próximo ao prédio onde durante décadas funcionou a rodoviária de Campo Grande. “Esta convivência entre usuários é muito comum. Eles repartirem a droga quando o outro não tem”, relata.

Para o delegado, acabar com esses pontos de droga não cabe apenas à Polícia e sim ao Poder Público, com ações nas áreas de saúde e educação.

“Falta fiscalização. Hoje não se fala mais em repressão. O trabalho da Polícia é paliativo, nós apreendemos o usuário de droga, para identificar o fornecedor, que na maioria das vezes o dependente químico não revela".

Apreensão - Ao estourar a boca de fumo no final da tarde desta quarta-feira (25), policiais civis encontraram um menino de três anos, que estava junto com o pai, Adailton Barros das Neves, 20 anos.

Segundo Adailton estava fumando há três dias sem parar e sem dormir. Porém, ele contou que quando a criança chegou, ele parou de fumar e começou a embalar o entorpecente.

Adailton disse que o filho mora com os pais dele, que haviam deixado o garoto no local na tarde hoje. O garoto foi encaminhado a um abrigo de Campo Grande. A conselheira Anna Caroline Kalache informou que nesta manhã havia entrado em contato com a família, porém ainda não tinha um desfecho para a situação da criança.

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