CPF de servidora é usado em golpe e vítima têm R$ 39 mil em dívidas no cartão
CPF e nome de servidora de MS foram usados no cartão de crédito de SP e nome dela, agora, está no Serasa
A servidora pública Daniela Martins, 38 anos, e o marido planejavam comprar uma casa em 2022, mas viram os planos suspensos, depois que descobriram dívida de R$ 39.794, de cartão de crédito feito indevidamente com o CPF e em nome dela, mas com endereço e telefone de contato de bairro na zona norte de São Paulo.
Agora, além do período de recesso do fim do ano, enfrentou dificuldades para contestar a dívida e conseguiu fazer reclamação no Procon.
“Tá tudo muito estranho, eles conseguiram tudo muito fácil”, lamentou Daniela, que descobriu a dívida exorbitante no dia 23 de dezembro, depois que ela e o marido procuraram corretor de imóveis para discutir a compra de imóvel.
O corretor pediu os dados do casal para fazer simulação das parcelas. Pouco depois, ligou avisando que havia dívida de R$ 39 mil inscrita no Serasa, em cartão de crédito com o nome e o CPF dela.
Daniela descobriu que o cartão havia sido pedido no dia 18 de março de 2021, com endereço na Rua Monte Alegre do Sul, Jardim Brasília, na zona norte de São Paulo. A conta também tinha telefone e e-mail de SP. A dívida original era de R$ 28.358,49, mas sem pagamento da fatura, chegou a R$ 39.794,05.
No extrato bancário, aparecem 35 pagamentos dos dias 8 e 9 de abril. Deste total, 20 foram feitos para escritório de advogado em São Paulo, em valor médio de R$ 920,00 e outros 14 para PG D*** São Paulo, de R$ 940. Um é taxa de R$ 3,00 de aplicativo de pagamentos em Osasco.
“Eu nem tenho cartão de crédito”, contou Daniela, dizendo que chegou a pedir cartão de banco no Paraná, mas a conta foi encerrada em 2013.
Ainda na quinta-feira, tentou localizar escritório da Serasa em Campo Grande para obter mais informações, mas sem sucesso. Foi ao Procon e recebeu orientação para fazer a ocorrência pelo site. Naquele dia, diz que procurou banco, mas não encontrou agência aberta.
Daniela entrou em contato com central de atendimento, relatando o que aconteceu. Pediu mais dados da conta para saber sobre a dívida, mas a informação é que era dado sigiloso. “Ainda questionei ‘mas é o meu CPF!’”, disse.
A atendente disse que deveria procurar agência física, o que fez no dia seguinte. No banco, os atendentes estranham a ordem, pois a conta havia sido aberta por telefone.
Até agora, nada resolvido. A dívida continua em nome de Daniela, que teve o sonho da compra da casa adiado até que consiga resolver a situação e limpar o nome. A servidora registrou boletim de ocorrência relatando o crime, tipificado como estelionato.
A reportagem entrou em contato com assessoria do Banco do Brasil e aguarda retorno sobre o caso.