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Capital

Criança foi levada por "cabeça d'água" enquanto pescava com os irmãos em rio

Menino de 8 anos e três adolescente 13, 15 e 12 foram levados quando o nível da água subiu de uma hora para outra

Adriano Fernandes e Mirian Machado | 04/12/2020 20:38
Correnteza era forte no leito do Rio Anhanduí na noite desta sexta-feira (04). (Foto: Paulo Francis)
Correnteza era forte no leito do Rio Anhanduí na noite desta sexta-feira (04). (Foto: Paulo Francis)

Tio e os dois sobrinhos que foram levados pela força da correnteza do Rio Anhanduí, no final da tarde desta sexta-feira (04) foram vítimas de uma “cabeça d'água”. O fenômeno caracteriza-se pelo aumento repentino do nível de um rio, devido a chuvas nas cabeceiras do curso d'água. No momento do incidente não chovia no local o que reforça ainda mais a tese do Corpo de Bombeiros.

O homem, de 36 anos, identificado como Salomão e o seu sobrinho, de 15, foram encontradas caminhando na Avenida Gunter Hans, depois de conseguirem sair do leito do rio. Já um menino de apenas 8 anos continua desaparecido.

O garoto e a criança estavam pescando com outros dois adolescentes, de 13 e 12 anos, em uma estrutura semelhante a uma ponte, que fica no meio do leito do rio, quando o nível da água subiu de uma hora para outra. Os meninos de 13, 15 e 8 anos são irmãos.

Militares conversando com uma das crianças que foram salvas. (Foto: Paulo Francis)
Militares conversando com uma das crianças que foram salvas. (Foto: Paulo Francis)

“A cabeça d'água é justamente esse aumento repentino no nível da água, por conta da chuva que cai nos pontos mais altos do rio. Se o tempo está fechado, mesmo que não esteja chovendo em determinado ponto há o risco dela ocorrer. A água desce com muita força, não tem como prever”, comenta o tenente Alex Fernandes, que foi um dos militares que atuaram nas buscas pelas vítima nesta sexta-feira.

O risco também havia sido alertado às crianças pela moradora Kelli Thatiane da Silva, de 37 anos, mãe do adolescente de 12 anos que conseguiu se salvar do fenômeno.

“Eu vi que o tempo estava escuro e avisei eles que não era para ninguém beirar o rio, mas não adiantou. Eu entrei para casa para fazer café e quando eu sai já não vi mais eles”, comenta. O adolescente também contou ao militares que ouviu o barulho da água descendo no momento em que foram surpreendidos pela correnteza.

Retorno de Salomão ao local onde ocorreu o incidente. (Foto: Paulo Francis)
Retorno de Salomão ao local onde ocorreu o incidente. (Foto: Paulo Francis)

Desespero - Os irmãos de 15, 13 e 8 anos, pescavam com o adolescente de 12 na estrutura, quando foram surpreendidos pelo aumento repentino no nível do rio. Ao Corpo de Bombeiros, Salomão contou que ao chegar na margem do rio, conseguiu retirar o adolescente, de 13, usando uma corda. O menino de 12 anos saiu sozinho.

Já o garoto mais velho segurava o irmão entre as pernas. Como a corda não alcançava as outras vítimas o morador pulou para tentar resgatar os sobrinhos, mas a criança escapou antes de ser salva. Desde a hora do incidente, que ocorreu por volta das 17h30, tio e sobrinho, tentavam encontrar o menino por conta própria e acabaram se afastando do ponto onde as crianças pescavam.

Militares que participaram das buscas às vítimas. (Foto: Paulo Francis)
Militares que participaram das buscas às vítimas. (Foto: Paulo Francis)

Buscas – Três equipes de militares se dividiram nas buscas pelas vítimas nas duas margens do rio, num perímetro de aproximadamente 1 quilômetro, no começo deste noite. Três mergulhadores também participam da varredura à margem do rio. Por segurança eles não entraram no leito durante a noite já que a correnteza estava forte na região.

Depois de aproximadamente 2 horas de trabalhos os militares encerraram as buscas às 20h. Eles irão retornar ao local na madrugada deste sábado (05) para continuar a procura do menino de 8 anos. Os militares usarão caiaque a partir do ponto em que as vítimas foram levadas pela força do rio. Mergulhadores também farão buscas no fundo do leito onde houver profundidade.

Reencontro emocionado – Depois de serem encontrados pelo Corpo de Bombeiros, Salomão e o sobrinho chegaram desesperados à residência da família, que fica na região do Jardim Ouro Preto onde ocorreu o incidente. Eles foram recebidos com abraços e muito choro no local.

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