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Capital

Distribuição de quiosques na Orla Ferroviária gera reclamações

Nyelder Rodrigues, Gabriel Neris e Carlos Martins | 03/12/2012 20:45
Dogueiros de Campo Grande trabalham no prédio da antiga rodoviária (Foto: Arquivo/Simão Nogueira)
Dogueiros de Campo Grande trabalham no prédio da antiga rodoviária (Foto: Arquivo/Simão Nogueira)

A forma de distribuição dos quiosques da Orla Ferroviária gerou reclamações dos dogueiros que permanecem no prédio da antiga rodoviária e demais participantes do processo de seleção.

A professora Vilma Ribeiro de Oliveira, 53 anos, está revoltada porque ao acessar o site da Prefeitura de Campo Grande nesta segunda-feira (3) descobriu que uma mesma família foi selecionada para ficar com seis quiosques na Orla Ferroviária.

Ela contou que desde julho estava correndo atrás das informações. Diz ter ido a diversos órgãos da prefeitura, incluindo a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), e sempre teve dificuldades concretas para saber detalhes sobre uma possível utilização de quiosques na Orla Ferroviária.

Vilma acabou descobrindo por meio do Diário Oficial que as inscrições estavam abertas até o último dia 27. Neste dia, ela diz que fez a inscrição cumprindo com todas as exigências, inclusive quanto à documentação.

De descendência paraguaia, ela pretendia, juntamente com dois filhos (de 23 e 27 anos), fazer comidas típicas paraguaias para vender no quiosque.

Agora, ao saber do resultado da seleção, ela questiona quais foram os critérios usados para a seleção dos concorrentes.

“Fiquei bastante aborrecida quando vi o resultado. Os problemas já começaram quando buscava informações e ninguém esclarecia nada sobre o assunto. Até pensei que o prefeito Nelsinho não ia mais fazer a seleção. Agora, sai essa decisão que favorece uma mesma família com seis quiosques”, desabafou.

O presidente da Associação Municipal de Vendedores Autônomos de Lanches, Nelson Bogado Ostemberg, conhecido como “Batata”, reclama que apenas nove quiosques foram disponibilizados, contando com 22 donos de trailers.

Batata cita a escolha de Santa Edenir Ramires Fonseca, escolhida com três quiosques, e o filho dela, Gianfranco Ramires Fonseca, com outros três quiosques. Edílson Vargas da Silveira, Jocasta Ferreira dos Santos e Alvira Appel Soares de Melos, presidente da Afecetur (Associação da Feira Central e Turística), ficarão com um quiosque cada um.

A assessoria de imprensa do Planurb (Instituto Municipal de Planejamento Urbano) informou que qualquer pessoa poderia participar da seleção e apresentar proposta por quantos quiosques quisesse utilizar na Orla Ferroviária. Os interessados apresentaram as propostas e foram avaliados por uma comissão da secretaria.

Os vendedores aprovados pela comissão devem assinar nesta terça-feira (4) os termos de credenciamento para trabalhar no local.

Um dos dogueiros que participaram da seleção foi Edilson da Silva. Ele conta que o interessado teria que se adequar ao projeto apresentado e ainda dar o lance mais alto por um dos quiosques.

“O lance inicial era de R$ 1 mil. Se um quiosque tivesse mais de um interessado, quem fizesse lance maior mais levada. Meu lance foi de R$ 1.980, e não ganhei”, explica Edilson.

Além disso, Batata comenta que os proprietários dos quiosques teriam que se adequar ao horário do local, que é das 15h às 23h de segunda à sexta-feira, e das 15h às 0h durante os finais de semana.

“Também teríamos que vender comidas típicas de cada colônia que cada quiosque representará. Ia misturar lanche com comida típica, e todos teriam que trabalhar caracterizados conforme a colônia, e manter um funcionário falando na língua oficial do país representado”, conta o presidente da associação.

Já o dogueiro Paulo César Leite, de 56 anos, disse que como havia apenas nove vagas, e são 15 dogueiros, a maioria preferiu não participar pois não havia definição sobre para onde iriam os que não fossem selecionados.

“Ou ia todo mundo, ou não. As adequações que teríamos que fazer por causa das colônias e a questão do lance também tornaram inviável participar. Quase todos aqui são pequenos, não têm condições. Três aqui já quebraram, e eu mesmo já estou trincando”, revelou Paulo César.

Para Paulo César, os dogueiros estão ali como sem terras depois que foram retirados do canteiro central da Afonso Pena, e aguardam a definição de um local com maior fluxo de pessoas e estrutura para seguir trabalhando. Segundo Batata, em outubro completou um ano que os dogueiros estão provisoriamente na antiga rodoviária.

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