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Capital

Donos de lojas na antiga rodoviária fazem "vaquinha" para revitalização

Prefeitura anunciou que tem verba para reformar a parte do prédio que é pública, mas setor privado fica por conta dos comerciantes

Maressa Mendonça | 27/08/2019 17:15
Taxa tem sido cobrada dos proprietários para os gastos com a pintura (Foto: Kisie Ainoã)
Taxa tem sido cobrada dos proprietários para os gastos com a pintura (Foto: Kisie Ainoã)

Proprietários de salas no Centro Comercial Condomínio Terminal do Oeste, onde antes funcionava a antiga rodoviária de Campo Grande, estão pagando uma taxa de R$ 165 há seis meses para arcar com os gastos da pintura no local. Assim que a prefeitura terminar o trabalho de revitalização da parte pública, eles devem começar os trabalhos nos espaços privados. As informações são da administradora do espaço, Rosane Nely de Lima.

“A prefeitura ocupando o que é dela, as mudanças vão vir naturalmente”, disse Rosane.
Nesta terça-feira, a prefeitura anunciou a aprovação de um projeto do Executivo pelo Ministério do Desenvolvimento Regional que garante R$ 22 milhões para revitalização de seis mil metros quadrados do imóvel.

A Coordenadora Especial da Central de Projetos da Prefeitura, Catiana Sabadin, explicou que o projeto de requalificação prevê a instalação da sede de algumas secretarias no imóvel, mas ainda não adiantou quais. “Vamos analisar quais estruturas caberiam e quais serviços públicos poderiam ser oferecidos lá”, disse.

Ela pontua também que os trabalhos da prefeitura deverão ser feitos exclusivamente na parte pública, equivalente a 9% do imóvel. Isto inclui o espaço onde antes funcionava o terminal dos coletivos, o de embarque e desembarque de passageiros de ônibus interestaduais e também no terceiro andar do prédio em que funcionavam guichês de venda de passagens.

“Vamos chamar os comerciantes para conversar, mas é um incentivo para que eles requalifiquem os espaços também”, completou Catiana.

Vaquinha - O projeto da parte privada prevê execução de um projeto de incêndio e pânico, depois reformas no telhado e por fim a pintura. Para isso, a taxa mensal tem sido cobrada desde fevereiro deste ano.

Segundo Rosane, a ideia é formar um caixa para realização desses trabalhos, mas o problema é a inadimplência, calculada em 80%. “Estamos cobrando juridicamente. Temos mais de R$ 1 milhão para receber que será revertido em melhorias no prédio”, disse.

Rosane comenta que são 93 proprietários de salas no imóvel onde hoje funcionam apenas 40 lojas.

Outro problema - Os comerciantes são unânimes em dizer que qualquer reforma iria atrair mais clientes e melhorar a visão dos moradores de Campo Grande sobre o local. Isto porque é alto o número de usuários de drogas nos arredores da antiga rodoviária.

A cabeleireira Marina Ferreira, de 49 anos, trabalha há 19 anos na antiga rodoviária. Ela começou como funcionária e anos depois comprou o ponto em que está atuando. “Minha esperança é isso aqui voltar a ser o que era antes ou até melhor. Era o ‘point’ de Campo Grande. Eu não tinha nem tempo de almoçar”, diz ela, lembrando da movimentação de clientes anos atrás.
“Queremos que vejam isso aqui com outros olhos”, disse.

Tomaz Davi Pires, de 71 anos, começou a trabalhar na rodoviária antiga quando o prédio foi inaugurado, acompanhou a desativação e atualmente trabalha com venda de passagens em um prédio na Rua Barão do Rio Branco. “Se eu fosse rico eu comprava isso aí e fazia um shopping. Ia minar de gente”, disse.

Ele acredita que reformas podem mudar aquele ambiente, mas lembra da necessidade de resolver o problema social existente ali, ou seja, o de usuários de droga que vivem na região.
A antiga rodoviária, no bairro Amambaí, funcionou como terminal por 37 anos. O espaço foi desativado em 2010.

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