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Capital

Em julgamento, peão diz que atirou em adolescente “sem querer”

O caso aconteceu em janeiro do ano passado em uma casa da Vila São Jorge da Lagoa, em Campo Grande

Geisy Garnes | 15/01/2019 11:39
Adalmir Lopes Torres durante julgamento nesta manhã (Foto: Mirian Machado)
Adalmir Lopes Torres durante julgamento nesta manhã (Foto: Mirian Machado)

Durante o primeiro julgamento do ano, o peão Adalmir Lopes Torres, de 24 anos - levado a júri por ter atirado na amante em janeiro de 2018 - afirmou que queria dar um susto na vítima e que a feriu “sem querer”. O caso aconteceu em uma casa da Vila São Jorge da Lagoa, em Campo Grande.

No dia 26 de janeiro do ano passado, Adalmir foi apontado pela polícia como o responsável por tentar matar uma adolescente, hoje com 17 anos, com um tiro na cabeça. Naquele dia, a jovem foi socorrida em estado grave e ficou 15 dias internada na Santa Casa.

Menos de um ano depois, Adalmir, conhecido como Aranha, sentou no plenário do tribunal do júri para ser julgado por tentativa de homicídio e porte ilegal de arma. Diante do juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara, ele lembrou que conhecia e “ficava” com a vítima há cerca de um mês quando o crime aconteceu.

No dia, os dois se encontraram na casa de um amigo. Além do casal e do dono da casa, estavam uma amiga da vítima e um rapaz, identificado por ele como Felipe.

Na versão de Adalmir, a adolescente também estava com o Felipe e em determinada parte da noite viu os dois abraçado. O peão afirmou que não sentiu ciúmes, mas ficou incomodado com a situação e resolveu buscar a arma que tinha há três anos para “dar um susto” na menina.

“Perguntei: Porque você está fazendo isso comigo? Ela me mandou ir embora e me deu um tapa na cara”, narrou o peão. Foi nesse momento, segundo ele, que disparou para cima. “Vi ela caída e fugi. Nem vi que tinha atingido ela. Não foi intencional, não queria matar ela. Era apenas para dar um susto”, contou.

A adolescente foi ouvida e negou ter agredido Adalmir. As testemunhas que também estavam na casa confirmaram a versão da vítima.

O peão já foi condenado a 14 anos de prisão como autor de um homicídio e também respondeu a uma tentativa quando era menor de idade. Sobre a arma, contou ter comprado por R$ 2 mil para se defender justamente por conta do assassinato que cometeu anos antes.

Na época do crime, a mulher de Adalmir estava no sexto mês de gestação do primeiro filho do casal e chegou a ligar para o Campo Grande News para defender o marido, desmentindo que ele tivesse um caso com o adolescente.

Primeiro júri do ano – Esse é o primeiro julgamento do ano e no início do júri Garcete reforçou que Mato Grosso do Sul é exceção no país em termos de elucidação de casos de homicídio, chegando a 80% dos crimes resolvidos.

Tudo isso, segundo ele, requer que a justiça julgue os casos com rapidez. “O processo aqui no Tribunal do Júri em si é rápido. O que pode demorar é o recurso, às vezes as defesas entram no Tribunal de Justiça ou Tribunal Federal, quando acontece e isso pode demorar, mas a meta aqui é que o julgamento aconteceu no prazo de um ano”. Em 2018, 138 réus passaram pelo Tribunal do Júri.

O caso é o primeiro a ser julgado em 2019 (Foto: Mirian Machado)
O caso é o primeiro a ser julgado em 2019 (Foto: Mirian Machado)
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