Em missa de sétimo dia, família de Sophie reforça luta contra negligência médica
Menina de 5 anos morreu após ser atingida por portão e liberada do hospital mesmo com fratura na cabeça
As lágrimas ainda são visíveis no rosto de quem perdeu a pequena Sophie Emanuelle Viana Rochete, de apenas 5 anos, que morreu após o que a família classifica como negligência médica. Nesta quinta-feira (6), durante a missa de sétimo dia, no Santuário Perpétuo Socorro, na Avenida Afonso Pena, parentes se reuniram para dar o último adeus à menina.
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A família de Sophie Emanuelle Viana Rochete, de 5 anos, realizou a missa de sétimo dia no Santuário Perpétuo Socorro, em Campo Grande. A menina faleceu após complicações de um acidente doméstico, quando foi atingida por um portão na cabeça. A família alega negligência médica por parte da Santa Casa. Segundo relatos, Sophie, que era cardiopata, recebeu apenas tratamento com analgésicos após o acidente, mesmo apresentando sintomas graves como febre alta e vômitos. A família busca orientação jurídica para processar o hospital, enquanto autoridades avaliam a possibilidade de abertura de sindicância e CPI para investigar o caso.
Muito emocionada, a mãe, Maria Aparecida Viana Pio, de 26 anos, relembrou as peripécias da filha e a alegria dela ao frequentar a igreja. “Ela estava sempre aqui, ia comigo à igreja, mas não parava quieta, sabe? Ficava sempre chamando atenção. Eu dizia: ‘Fica quietinha, senão o padre vai brigar’.”
Segundo a mãe, participar da missa foi importante porque era algo que a menina gostava muito. “A gente sempre frequentava a igreja juntas”, contou, reforçando que o espaço fazia parte da rotina e da vida da filha.
Sobre o apoio recebido pela manhã na Câmara Municipal, Maria Aparecida comentou que foi significativo, pois mostra que a luta da família não é solitária. “A gente está lutando pra que o que aconteceu com ela não aconteça com outras crianças. Porque, infelizmente, nada vai trazê-la de volta. Nem dinheiro, nem mídia, nada. Mas se a nossa luta impedir que outras famílias passem por isso, já será um grande passo.”
Sophie sofreu um acidente doméstico no dia 25 de maio, um domingo, ao ser atingida na cabeça por um portão. Foi levada à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Almeida e, devido à gravidade do ferimento e por ser cardiopata, acabou transferida para a Santa Casa.
No hospital, passou por exame de raio-x e recebeu alta menos de quatro horas depois. Em casa, o quadro piorou. A menina teve febre alta e vômitos. Retornou ao hospital, onde foi colocada em observação e medicada apenas para dor. A tomografia feita posteriormente confirmou fratura na cabeça.
Nos dias seguintes, segundo relato da família, Sophie continuou sendo tratada apenas com analgésicos. Ela não resistiu e morreu na quinta-feira, 29 de maio.
A tia da menina, Vailza Costa Viana, de 39 anos, disse que a família busca orientação jurídica para entender quais são os próximos passos. A intenção é formalizar processo contra a Santa Casa.
Também tia de Sophie, Maria Leonice, de 55 anos, comentou que, nos braços da Perpétuo Socorro, a família encontra “aconchego, acalento e, acima de tudo, força. Força pra viver esse luto com intensidade, mas também com consciência”, refletiu.
“Por mais que tenhamos fé, não podemos abaixar a cabeça. Estamos falando de Campo Grande, e eu acredito que não vamos deixar isso impune. Eu acredito. A partir da luz que recebemos hoje — com a possível abertura de uma sindicância, de uma CPI, e também da sindicância na Santa Casa — os horizontes começam a se abrir, a verdade começa a vir à tona. E eu sei que estamos aqui como porta-vozes da Sophie. Estamos aqui por ela.”
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