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Capital

Escola integral raciona merenda, mas almoço só será servido até segunda

Juliana Brum | 10/09/2015 14:55
Escola integral criou medida provisória para conseguir servir o almoço para as crianças ( Foto - Fernando Antunes)
Escola integral criou medida provisória para conseguir servir o almoço para as crianças ( Foto - Fernando Antunes)

Depois da prefeitura jogar fora 980 quilos de carne, que perdeu a validade na Rede Municipal de Ensino, uma das duas escolas integrais da Capital passou a racionar o almoço nesta quinta-feira. E a situação deve se agravar, porque a direção do estabelecimento já avisou que só há alimentos para servir o almoço até segunda-feira.

Hoje, os pais foram orientados a buscar os filhos na hora do almoço, pela primeira vez, na Escola Municipal Professora Ana Lúcia de Oliveira Batista. O estabelecimento vai servir apenas arroz, feijão e legumes para as crianças que os pais não tem como vir buscar na hora do almoço.

A medida tem prazo de validade já que há alimentos somente para mais três dias, segundo a diretora Rosângela Ruas Chelotti. Antes de comunicar aos pais, ela avisou, ontem (9) pela manhã, diretamente o prefeito Alcides Bernal (PP), através de e-mail detalhado contendo a lista de mantimentos que estão em falta e o que ainda restam na escola.

Ela destacou que não há mais carne, ovos e macarrão. Legumes só tem o que a escola congelou da última entrega. Há alimentos para os lanches. "Mas não podemos servir bolachinhas nas principais refeições" enfatizou Rosângela.

A escola, localizada no Bairro Paulo Coelho Machado, atende 520 alunos que fazem por dia quatro refeições. No local, são servidos: café da manhã, lanche da manhã, o almoço e um lanche no meio da tarde. Toda a alimentação é coordenada por nutricionistas e, segundo a diretora, a medida de avisar os pais através de um comunicado na porta da escola sobre os alimentos que estarão sendo servidos, foi porque os pais sabem do compromisso da alimentação balanceada com todos os nutrientes necessários que já é uma tradição na escola.

"Temos que aprender a conviver com a situação que já vinha reduzida e agora foi a primeira vez que chegou neste limite. Eu não posso oferecer uma alimentação que não supra as necessidades das crianças, por esta razão estamos pedindo para os pais que tem a possibilidade de levar os filhos para almoçarem em casa, vir retirá-los. Para os que não tem condições iremos oferecer o que temos no estoque" relatou Rosângela.

Diretora Rosangela Ruas Chelotti afirma que a administração já está fazendo o possível para normalizar a falta de mantimentos ( Foto - Fernando Antunes)
Diretora Rosangela Ruas Chelotti afirma que a administração já está fazendo o possível para normalizar a falta de mantimentos ( Foto - Fernando Antunes)

A diretora aguarda alguma providência do prefeito, já que ele está ciente da iniciativa de oferecer até quando tiver os alimentos armazenados na escola e que o almoço só será servido até segunda-feira. "Outra dificuldade que encontramos é que não temos chefia, por isto me portei diretamente ao prefeito que está providenciando alguns alimentos que estavam em falta. Hoje mesmo recebemos mais arroz" contou. Até o momento, o prefeito não definiu o novo secretário municipal de Educação.

A recreadora e presidente do bairro Paulo Coelho Machado, Laura Tavares, 35 anos, foi buscar o filho para almoçar em casa e não deveria trazê-lo de volta devido a dificuldade. O estudante do segundo ano do ensino fundamental perderá meio turno de aula.

"A escola é excelente, não temos o que reclamar, porque a diretora está fazendo o que é possível dentro do que pode. Mas esta situação de falta de alimentos não vem de hoje. Já com o prefeito anterior dia sim dia não havia carne para os alunos," disse a mãe do aluno.

A funcionária Pública, Zeneide Barrigueira, 52 anos, foi buscar a neta na escola e sugeriu algumas alternativas caso a escola fique sem nenhum alimento.

Laura diz conhecer a realidade das escolas por trabalhar como recreadora e que o problema é antigo ( Foto - Fernando Antunes)
Laura diz conhecer a realidade das escolas por trabalhar como recreadora e que o problema é antigo ( Foto - Fernando Antunes)

"A diretora poderia reunir os pais e pedir um auxilio, porque assim os pais e a escola se ajudariam, já que buscar os filhos na hora de almoço complica para muitos que trabalham e não conseguem", sugeriu a avó da aluna de sete anos que cursa o segundo ano.

Uma das funcionárias da cozinha lembrou com saudosismo da época em que a escola era referência por oferecer alimentos que nem ela comia em casa como por exemplo: granola, yougurtes, bolos frescos, polpas de frutas variadas, frutas como melão, melancia, mamão, maçã dentre outros. Hoje os alimentos entregues são básicos.

Hoje o almoço oferecido para 15 alunos que permaneceram na escola, foi arroz com repolho, cenoura e vagem misturados e feijão batido com abobora. Os professores e funcionários trazem a refeição de casa explicou Rosangela Ruas.

A Prefeitura da Capital foi procurada e informou que deve se manifestar ainda hoje sobre o problema.

O comunicado foi colocado no portão da escola ( Foto - Fernando Antunes)
O comunicado foi colocado no portão da escola ( Foto - Fernando Antunes)
A saída foi deixar por escrito o que servirão para as crianças durante a principal refeição do dia (Foto - Fernando Antunes)
A saída foi deixar por escrito o que servirão para as crianças durante a principal refeição do dia (Foto - Fernando Antunes)
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