Família de adolescente vítima de bullying quer levar caso ao MP

Caso de adolescente de 13 anos vítima de bullying em escola do bairro Nova Campo Grande deve chegar ao Ministério Público de Mato Grosso do Sul. Família do garoto, que estuda na 5ª série D, está indignada e depois de registrar boletim de ocorrência, levará a situação ao MP.

Na última quinta-feira, ao sair da escola, o menino se aproximou da mãe chorando porque havia sido constrangido em sala de aula. Ao ser chamado para responder atividade no quadro negro, ele acabou quebrando uma balança que a professora havia levado para dar exemplo de pesos e medidas. No momento, todos na sala começaram a rir, inclusive a professora, conforme o adolescente.

Nas redes sociais, a mãe dele se manifestou na data do caso, mas antes disso, em maio deste ano, ele já havia feito relatos semelhantes e dizia que ia defender o filho. “Vou lutar sozinha, mas não vou deixar de pedir aos pais, ao mundo: meu filho não é um bicho que ninguém pode chegar perto, ele é uma criança”.

Irmã dele, de 19 anos, conversou com o Campo Grande News e contou a situação do garoto, que desde o começo deste ano faz tratamento contra ansiedade e depressão. “Ele faz tratamento contra obesidade, passa por psicóloga, nutricionista, e até começou a emagrecer. Mas depois de passar por mais bullying começou a engordar de novo”, diz.

A irmã conta ainda que nas outras vezes que ele passou por contrangimento, a mãe procurou a escola, que não teria dado a assistência adequada. “O diretor sempre fala que não tem o que fazer”. Disposta a ir em frente com o caso e buscar justiça, a família diz que vai ao Ministério Público porque ouviu da mãe de outro aluno que estuda com o adolescente que o constrangimento foi real e que ele é vítima frequente de bullying.

“A gente vai mudar ele de escola porque ele sofre de ansiedade e depressão, mas mesmo assim ele gosta de estudar, tem boas notas. O que atrapalha é o constrangimento, ele fica inseguro e nesse caso, a escola deveria ajudar sim”, sustenta.

Na polícia, o caso foi registrado como injúria na Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente).

A Semed (Secretaria Municipal de Educação) informou que conseguiu contato com a mãe do aluno e será feito o atendimento da família na segunda-feira (5). "A pasta vai acompanhar o caso juntamente com a equipe de psicólogas do Programa Valorização da Vida".

A nota diz ainda que "a turma do 5° ano é composta, em sua maioria de alunos com idade entre 9 e 10 anos, e não houve qualquer tipo de incentivo ou aceitação por parte da professora, em relação ao suposto bullying sofrido pelo aluno de 13 anos da mesma turma".

Também informa que "a Semed não compactua com qualquer tipo de violência e vai apurar os fatos prestando o atendimento necessário a todas as partes envolvidas".

Matéria editada às 11h38 para acréscimo da resposta de Semed.