Golpes usando nome de deputado federal chegaram perto de R$ 40 mil
A polícia avalia que os golpes aplicados em estabelecimentos comerciais de Campo Grande tenham causado prejuízo entre R$ 30 mil e R$ 40 mil, usando o nome do deputado federal Gabriel Chalita (PMDB), que este ano disputou a Prefeitura de São Paulo. Três suspeitos seriam apresentados na tarde desta segunda-feira (29), porém a advogada de defesa impediu que isso ocorresse.
Estão presos Wesley Sobrinho da Silva, 26, Júlio César Bastos de Almeida, 20, e Márcio Bastos de Almeida, 24.
De acordo com o delegado Miguel Said, da 1ª DP (Delegacia de Polícia), os bandidos entravam em contato com várias lojas em nome do deputado federal Gabriel Chalita (PMDB/SP) para aplicar o golpe. Eles listavam uma série de produtos de alto valor e depositavam o pagamento à vista na conta da empresa sempre ao final do expediente bancário.
Porém, os envelopes com o valor da compra eram feitos sem o dinheiro. Os produtos eram retirados no dia seguinte antes dos comerciantes perceberem que não havia dinheiro no depósito.
Os três negaram que fossem eles a pessoa responsável por ligar para as lojas e fazer o pedido das compras.
De acordo com a polícia, quem agia era Wesley e Júlio César. Márcio foi preso por ajudar a dupla durante uma das ações. Segundo o delegado, os dois estavam transportando luminárias e chuveiros de motocicleta, quando pediram para Márcio cuidar da mercadoria durante o trabalho, por causa da chuva.
Márcio, que é irmão de Júlio César, recebeu a mercadoria até que a dupla arrumasse um carro para prosseguir com o transporte. O trio afirmou que os materiais transportados eram entregues num posto de combustível, localizado na saída para São Paulo.
A polícia chegou à dupla após Márcio se entregar hoje de forma espontânea.
Imagens de circuito interno de duas empresas, que receberam o golpe, mostram que a ação foi cometida no mesmo dia. A polícia se baseia na roupa utilizada pelos bandidos, que era a mesma nos dois golpes.
A polícia desconfia da participação de mais pessoas, inclusive que um ficaria em frente aos estabelecimentos esperando as mercadorias. Os acusados afirmaram que ganhariam R$ 150 por cada ação.
O trio foi indiciado por receptação e formação de quadrilha. O delegado disse que os aparelhos celulares dos três foram apreendidos e as ligações serão rastreadas para descobrir o envolvimento de mais pessoas.
A polícia investiga também se o trio foi o autor de aplicar o golpe num hotel de Campo Grande.
Estão presos pelo mesmo crime Paulo Henrique Leiva Ferreira, 25, e Sérgio Palma da Silva, 33. A polícia suspeita que a dupla atuava junto com os outros três rapazes, entretanto o trio nega conhecer os dois.