Hospital registra aumento em casos de vítimas de esfaqueamento na Capital
Entre os casos mais atendidos, estão pessoas bêbadas e que se envolveram em brigas
A Santa Casa de Campo Grande registrou aumento considerável nos atendimentos às vítimas de ferimentos por arma branca, como facas e punhais. Em 2021, foram 355 casos, sendo 28 em janeiro e 42 só em dezembro. Segundo o hospital, a maioria dos pacientes estava embriagada ou se envolveu em brigas.
“No início da pandemia, notou-se uma diminuição drástica nos casos, mas, quando começou a ser liberado o contato de novo, o aumento foi grande e o perfil hoje das pessoas é diferente, pois elas estão mais estressadas. Os casos mais atendidos, atualmente, incluem pacientes embriagados ou envolvidos em brigas. E quando acontece esse contato físico, a região torácica é normalmente a primeira a ser atingida”, explicou o cirurgião da Santa Casa de Campo Grande, Dr. Diogo Gomes Augusto.
Segundo o hospital, o trauma torácico penetrante, ou seja, por arma de fogo, a exemplo de revólveres e pistolas, ou arma branca, que são os de facas e punhais, fazem parte do dia a dia dos atendimentos no pronto-socorro da Santa Casa, e essas lesões podem ser fatais, quando atingem o coração e grandes vasos como aorta, ou a artéria pulmonar.
Segundo o cirurgião torácico, as lesões por arma branca tendem a ser mais perigosas, isso porque a lesão por arma de fogo devido ao calor do projétil, muitas vezes, pode atingir algum vaso pequeno e cauterizar e o paciente pode não ter nenhuma repercussão muito grave. Já lesões por arma branca causam danos de vasos, vasculares e de artérias, e esse sangramento traz uma consequência muito grave para o paciente.
A maioria desses casos precisam de uma abordagem cirúrgica, seja ela uma drenagem de tórax, que já é feita no pronto atendimento, uma cirurgia da caixa torácica por vídeo, ou até mesmo abertura do tórax por toracotomia.
“Evitar brigas e conflitos que levem a feridas torácicas reduz o número de casos e internações, desafogando os prontos atendimentos do SUS, trazendo uma redução nos gastos e consumos de insumos públicos, dando assim possibilidade para tratamento de doenças como infarto, AVC e principalmente doença oncológicas”, ressaltou o cirurgião.