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Capital

Ignorados pela prefeitura, moradores de favela prometem ocupar o Paço

Mais protestos aconteceram na tarde de hoje e manifestações estão sendo organizadas para amanhã

Anahi Zurutuza e Christiane Reis | 18/10/2016 16:52
Moradores da Cidade de Deus transferidos para o Canguru durante protesto (Foto: Fernando Antunes)
Moradores da Cidade de Deus transferidos para o Canguru durante protesto (Foto: Fernando Antunes)

Há cinco meses, os moradores foram transferidos da Cidade de Deus, favela localizada nos fundos do bairro Dom Antônio Barbosa – no sul de Campo Grande – para quatro outras áreas. A promessa era que todas as 390 famílias estariam abrigadas em casas de alvenaria até 10 de setembro, mas permanecem em barracos.

Os “sem-teto” estão revoltados com a troca de uma favela por outra e prometem engrossar os protestos que começaram na segunda-feira. Desta vez, os pedreiros e outros trabalhadores do mutirão para a construção das residências, além de alguns moradores ameaçam ir para a gente do Paço Municipal e impedir a entrada de pessoas no local até que a Prefeitura de Campo Grande se posicione.

As famílias se sentem abandonadas e na tarde desta terça-feira (18), parte delas, as que integram a comunidade transferida para o Jardim Canguru – no sul da cidade – fecharam a rua Catiguá.

“Toda vez que chove, entra água no meu barraco. É muito difícil, eu tenho família”, lamenta o porteiro Marcos Roberto Pereira, 40, um dos manifestantes.

Ele conta que a construção da casa dele está pela metade e para há um mês. “Não recebemos mais material. Antes chegava de 15 em 15 dias, depois começaram a demora um mês e agora, não veio mais nada”.

Leandro Andrade durante entrevista (Foto: Fernando Antunes)
Leandro Andrade durante entrevista (Foto: Fernando Antunes)

Outros protestos – Pela manhã, com pneus, paus, pedras e até um sofá, cerca de 40 trabalhadores, contratados para a construção das próprias casas na antiga favela Cidade de Deus, bloquearam parcialmente o macroanel viário em frente ao aterro sanitário.

Os manifestantes exigem que a Morhar Organização Social, contratada pela prefeitura para gerencia o mutirão, não os paga há 60 dias.

É o caso de Leandro Andrade da Luz, vigilante e um dos pedreiros que trabalha na construção de casas em terreno próximo ao residencial Pedro Teruel, próximo à antiga favela. “Tem dois meses que a gente não recebe nada. Não estamos trabalhando”.

Ele e cerca de outros 30 homens estavam reunidos na comunidade nesta tarde para organizar o protesto de amanhã. “Se não vieram pagar a gente até hoje, amanhã vamos para a frente da prefeitura. Ninguém vai entrar e nem sair”, afirmou à reportagem.

Na segunda-feira (17), cerca de 80 trabalhadores da Morhar e moradores da região do Dom Antônio Barbosa fecharam por cerca de duas horas a rodovia, também em frente ao lixão, para protestar contra o atraso salarial e promessas não cumpridas às comunidade Cidade de Deus.

Outro lado - A Seplanfic (Secretaria de Planejamento, Finanças e Controle) informou, por meio da assessoria de imprensa, nos próximos dias, tem início uma nova etapa de obras.

Sobre o pagamento dos pedreiros e serventes, pela manhã, a prefeitura havia informado, também pela assessoria de comunicação, que não possuiu nenhum vínculo empregatício com os trabalhadores que estão com os salários atrasados, já que o convênio foi firmado para a construção de 390 casas por meio do programa de mutirão assistido e o município está em dia com os compromissos feitos com a entidade.

Nenhum representante da Morhar atende às ligações da reportagem.

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