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Capital

Liderança do PCC é denunciada por plano de ataque às polícias em MS

Carta estava com Guilherme Azevedo dos Santos, contendo ordem e instruções para fabricação de explosivos

Silvia Frias | 22/06/2022 10:37
Guilherme Azevedo dos Santos, o "Execução", quando foi preso em 2019 com 720 kg de maconha (Foto: Arquivo)
Guilherme Azevedo dos Santos, o "Execução", quando foi preso em 2019 com 720 kg de maconha (Foto: Arquivo)

A Justiça de Campo Grande denunciou Guilherme Azevedo dos Santos, 29 anos, o “Gibi” ou “Execução”, flagrado dentro do presídio da Gameleira I, a Supermáxima, com carta contendo instrução para fabricação de explosivos e ordens de ataque às polícias. Considerado uma das lideranças do PCC (Primeiro Comando da Capital), foi enquadrado por constituir organização criminosa.

A denúncia foi oferecida no dia 20 pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e aceita ontem (21) pela juíza Eucélia Moreira Casal, da 3ª Vara Criminal de Campo Grande. Santos tem dez dias para indicar se vai constituir advogado ou irá recorrer à Defensoria Pública.

O manuscrito foi encontrado no dia 31 de maio, durante revista na cela 6 do Pavilhão 1 da Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira I, na BR-262. A carta, assinada pelo preso “Gibi/Execução”, foi encontrada na costura do short usado por Santos, considerado a liderança do PCC e que utiliza as duas alcunhas.

Na denúncia, o promotor Alexandre Pinto Capiberibe Saldanha levou em consideração o histórico do preso, com diversas prisões e condenações em crimes conectados às atividades do PCC e as circunstâncias do flagrante.

A carta continha instruções especificas de como construir e detonar explosivos no tempo específico, entre acender o pavio e jogá-lo dentro de unidade da polícia. O plano, conforme o manuscrito, é "dar baixa em PMs e Civil q vem matando e atracando nossa evolução nessas cidades". Segundo o faccionado, "vai se chamar tabuleiro mata no ninho, novo projeto direto de mim para os afilhados (sic)".

Carta encontrada com preso, durante revista na cela 6 do Pavilhão 1 da Gameleira (Foto: Reprodução)
Carta encontrada com preso, durante revista na cela 6 do Pavilhão 1 da Gameleira (Foto: Reprodução)

Na cela 6, “Execução” tinha a companhia de outros “indivíduos relevantes na organização criminosa”, sendo que cinco deles tinham alguma “expertise na produção de artefatos explosivos”, podendo assessorar o preso na elaboração das instruções contidas na carta.

De acordo com MPMS, o preso “exerce o comando de uma ramificação do PCC, coordenando ações, agindo dentro e fora dos presídios afrontando a lei, a ordem e as instituições públicas, se dedicando à prática de crimes graves (...)”.

Ainda conforme o promotor, não há dúvidas de que “Guilherme Azevedo dos Santos ostenta condição de liderança perante os demai membros da organização criminosa e, ainda que não pratique pessoalmente atos de execução, por tal status, tem real poder de influência nociva no ambiente extramuros”.

A juíza Eucélia Casal aceitou a denúncia e "Execução" foi acusado pelo artigo 2º, § 3º, da Lei nº 12.850/2013 (promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa, organização criminosa). A pena prevista é de três a oito anos de prisão, neste caso, sendo agravada para quem exerce comando.

“Execução” não se manifestou sobre o flagrante, preferindo manter silêncio durante interrogatório na Polícia Civil.

Segundo investigação, Guilherme Azevedo dos Santos, hoje é considerado liderança do PCC, coordenado a “regional da Serra de Maracaju”, atuando como mediador de conflitos dentro da facção. Antes, foi preso por receptação, violência doméstica e tráfico de drogas.

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