ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  18    CAMPO GRANDE 17º

Capital

Ministério Público fará audiência para ouvir catadores retirados de lixão

Chloé Pinheiro e Samuel Isidoro | 06/09/2016 12:33
Procurador Paulo Douglas de Moraes negocia com catadores. (Foto: Alcides Neto)
Procurador Paulo Douglas de Moraes negocia com catadores. (Foto: Alcides Neto)

O MPT-MS (Ministério Público do Trabalho do Mato Grosso do Sul) realizará audiência na próxima quinta-feira (8), às 14h, para ouvir as denúncias dos catadores do lixão do Dom Antonio Barbosa II sobre más condições de trabalho, desperdício de material reaproveitável e demissões arbitrárias.

O acordo foi feito após breve negociação entre o grupo que paralisava a BR-262, na altura do Anel Viário, em Campo Grande, desde a manhã desta terça (6) e o procurador do MPT-MS, Paulo Douglas de Moraes. Logo ao chegar, Moraes foi cercado pelos trabalhadores, que reclamavam de falta de atendimento por parte do Ministério.

O grupo cobra respostas depois de meses de descaso. Impedidos de trabalhar desde fevereiro, quando o aterro sanitário foi fechado, os catadores receberam promessas de que seriam contratados pela Solurb para trabalhar em outros departamentos e na UTR (Usina de Triagem de Resíduos) construída ao lado do lixão.

Segundo os líderes da manifestação, diversos catadores se cadastraram para trabalhar na UTR e não foram chamados. Além disso, os que foram convocados denunciam que na Usina não há lixo aproveitável e chegam a encontrar até cadáveres de animais na instalação, que deveria reunir os materiais reaproveitáveis. 

O que os catadores demandam é a reabertura da zona de transição do aterro. "Vamos focar nessa questão, chamar especialistas do meio ambiente para avaliar a segurança e controlar a quantidade de lixo útil que entra no aterro", prometeu Moraes. O grupo afirma que cerca de 300 toneladas de material que poderia virar renda para eles acaba enterrado todos os dias no aterro. 

O procurador, que em junho tinha dado o número de 256 contratados pela Solurb, também falou com os trabalhadores sobre demissões recentemente realizadas pela empresa. "Foram 26 desligamentos recentes e 11 deles por justa causa, o que é um número expressivo, mas segundo a Solurb não há demissão em massa", afirma Moraes. 

Há menos de uma semana, no último dia 30, a empresa assinou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o MPT que proíbe novas demissões, com exceção dos casos de justa causa. 

"Ele age como defensor da Solurb e está aqui para maquiar a situação, vamos ver se na quinta-feira vai resolver", desabafou João Alves, 39, há seis meses desempregado por conta do fechamento do acesso ao aterro. Além dele, outras 300 pessoas estariam na mesma situação. 

 

 

Nos siga no Google Notícias