Motoristas seguem sem salário, mas sindicato descarta nova paralisação
Mesmo com atraso de 4 dias no "vale", SITTCU garante circulação normal dos ônibus na segunda-feira (27)
Os motoristas do Consórcio Guaicurus seguem sem receber o adiantamento salarial, que está com quatro dias de atraso, já que o pagamento estava previsto para segunda-feira (20). Apesar da pendência, o SITTCU (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo e Urbano de Campo Grande) afirmou que não haverá paralisação na próxima segunda-feira (27).
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Motoristas do Consórcio Guaicurus em Campo Grande seguem sem receber o adiantamento salarial, previsto para 20 de novembro. Na última quarta-feira, houve paralisação de 1h30, afetando o deslocamento em toda a cidade. O SITTCU descarta nova paralisação para segunda-feira. O sindicato convocou assembleia para discutir possível greve. A Prefeitura afirma estar em dia com os repasses ao Consórcio, mas reconhece pendências de outras fontes pagadoras que impactam temporariamente o custeio do serviço de transporte público.
Na quarta-feira (22), Campo Grande amanheceu sem transporte público devido à paralisação dos motoristas, que atrasaram a saída dos ônibus em 1h30, já que os veículos começaram a circular apenas às 6h, em vez das 4h30 habituais. O protesto afetou o deslocamento em toda a cidade, gerou congestionamentos e lentidão, inclusive para quem não depende do transporte coletivo.
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O presidente do SITTCU, Demétrio Freitas, diz que a paralisação foi uma forma de "protesto" contra o Consórcio, para pressionar o pagamento do adiantamento salarial. “Corresponde a 40% do valor do salário. Isso é obrigatório, tem que ser pago. A nossa convenção coletiva obriga o pagamento desse vale todo dia 20”, destacou nesta sexta-feira (24).
O sindicato convocou uma assembleia para segunda-feira (27), às 9h, na sede do SITTCU. Segundo Demétrio, o encontro vai discutir a possibilidade de uma greve. “Vamos convocar todo mundo para estar aqui. Sabemos que é difícil colocar todos, porque o pessoal roda normalmente na segunda-feira, mas o sindicato vai defender a paralisação”, afirmou.
Sobre as acusações feitas por vereadores de que o sindicato estaria atuando em defesa dos interesses do Consórcio, o presidente do SITTCU, Demétrio Freitas, nega e afirma que a decisão partiu da categoria.
“[O consórcio] não está usando o sindicato. Nós estamos fazendo isso porque é o nosso dever como representantes dos trabalhadores. Se a prefeitura está com problema ou não com o consórcio, isso não diz respeito a nós. Em momento nenhum participamos de nada do que se discute entre prefeitura, Estado e Câmara. Não somos chamados para nada", diz Demétrio.
Ele também reforçou que a paralisação de quarta-feira foi “uma forma de protesto” e que não houve necessidade de assembleia para tomar a decisão. “Como a gente não ia segurar os ônibus o dia inteiro, liberamos os motoristas para seguir normalmente e, lá, explicamos a situação que estava acontecendo. Eles iam trabalhar o dia todo, foi só aquele momento para chamar a atenção do Consórcio de que precisamos receber”, afirmou Demétrio.
Mesmo sem aviso prévio sobre a paralisação naquela manhã, o presidente do SITTCU alega que os motoristas tiveram liberdade para decidir se participariam ou não do ato. “O portão da garagem ficou aberto. O motorista que não quisesse participar estava livre para sair, mas também não podia cobrar do sindicato uma pressão em cima do Consórcio para receber”, completou.
A reportagem entrou em contato com o Consórcio Guaicurus para saber se o pagamento foi regularizado, mas não obteve retorno até a publicação. O espaço segue aberto para manifestação.
Repasses – Conforme já noticiado pelo Campo Grande News, a paralisação de 1h30 ocorreu em meio a impasses financeiros entre o Consórcio e a Prefeitura. As empresas alegam dificuldade para quitar os vales por falta de repasses municipais, enquanto o Executivo nega qualquer pendência.
Em nota enviada ontem (24), a Prefeitura afirmou que “está rigorosamente em dia com todas as suas obrigações de pagamento junto ao Consórcio Guaicurus” e que “não há qualquer impedimento ou entrave burocrático para a realização dos repasses por parte do Município”.
Ainda conforme o texto, “o financiamento do transporte coletivo urbano envolve diferentes fontes pagadoras e neste momento há parcelas de outras origens ainda pendentes, o que impacta temporariamente o custeio do serviço”. A administração municipal reiterou o compromisso em manter a regularidade dos pagamentos e garantir a continuidade do transporte público.
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