"Não consegui proteger meu filho", lamenta mãe de criança estuprada em matagal
Chorando muito, mãe conversou com a reportagem e disse que está sob efeito de medicamentos
“Eu não consegui proteger meu filho, nos meus olhos”. A frase, dita em meio ao choro e sob efeito de medicamentos, resume o desespero de uma mãe que viu a infância do filho de sete anos ser arrancada à força, em minutos, por um homem conhecido no bairro, chamado por todos de “Pelado”.
RESUMO
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Uma criança de sete anos foi vítima de estupro no Bairro Rita Vieira, em Campo Grande, após ser arrastada para um matagal por um homem conhecido na região como "Pelado". O menino conseguiu escapar após morder o agressor, que havia oferecido dinheiro para atraí-lo até uma casa improvisada. O suspeito foi preso em flagrante durante a madrugada, após ser espancado por moradores, que também incendiaram seu barraco. A vítima recebeu atendimento médico na UPA do Bairro Universitário, onde o abuso foi confirmado, e iniciou tratamento preventivo para doenças sexualmente transmissíveis.
Na noite de ontem (26), o menino brincava perto de casa, no Bairro Rita Vieira, em Campo Grande, quando foi arrastado por esse homem até uma casa improvisada dentro do matagal, no fim da Avenida Ana Batista Caminha. No local, foi estuprado e conseguiu escapar após morder o suspeito.
Segundo relato da criança à polícia, o autor o chamou para ir até sua casa sob oferta de dinheiro. O menino recusou, mas foi puxado à força. “Ele me pegou pelo braço, eu não queria ir”, contou. “Ele me tapou a boca, eu queria gritar, mas ele falou que se eu gritasse, não ia me soltar. Fiquei com falta de ar.”
O homem, que vive em um barraco escondido no mato, carregou o menino no colo, ofereceu R$ 50 e o estuprou. Ele cometeria o abuso mais uma vez, mas a vítima conseguiu escapar. “Eu mordi o braço dele e bati na madeira da porta. Saí correndo. Eu já sabia sair de lá porque já fui com a minha tia e meu primo”, relatou.
O garoto chegou em casa chorando, ferido, sem ar, desesperado. “Ele tapou a boca do meu filho. Quando ele chegou aqui, chorava de perder o fôlego. Ele chegou todo arranhado, muito assustado”, lembra a mãe. Ao ouvir o que aconteceu, ela subiu na moto e tentou alcançar o agressor. “Eu fui atrás pra matar. Mas ele viu e correu pro mato.”
A Polícia Militar foi acionada, mas em primeiro momento não localizou o suspeito. Ele só foi encontrado durante a madrugada e já tinha sido espancado por moradores. O homem foi preso em flagrante e teve o barraco onde vivia incendiado pelos vizinhos.
A criança foi levada à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Universitário, onde o abuso foi confirmado. Depois, passou por exames para doenças sexualmente transmissíveis e começou a tomar medicamentos preventivos.
O Campo Grande News esteve na região. É um bairro com muitas crianças, que brincam na rua. Algumas já tinham recebido doces e dinheiro do mesmo homem. “A gente já tinha alertado as crianças sobre ele, mas não achávamos que ia chegar a isso”, diz uma vizinha.
A mãe do menino ainda tenta processar tudo o que aconteceu. Não come, não dorme. “A gente sempre acha que isso vai acontecer longe, com outra família. Mas quando acontece dentro da sua casa, com seu filho, é uma dor que não tem explicação. Ele vai carregar esse trauma para o resto da vida. Eu só consigo pensar que eu não consegui proteger ele... Isso me destrói.” Ela agora cobra justiça. "Por favor fique em cima. Hoje foi meu filho, mas pode ser outra criança que não voltasse viva. A justiça tem que ser feita".
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