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Capital

No dia em que Márcia faria 37 anos, família protesta por justiça

Médico, condutor do veículo estava bêbado, chegou a ser preso, mas foi liberado

Gabriel Neris e Graziella Almeida | 25/09/2018 16:16
Familiares e amigos de Márcia protestaram em frente ao Fórum (Foto: Graziella Almeida)
Familiares e amigos de Márcia protestaram em frente ao Fórum (Foto: Graziella Almeida)

Familiares de Márcia Martins Honório, morta em acidente de trânsito na BR-163 na madrugada do dia 2 de Setembro, protestaram na tarde desta terça-feira (25) em frente ao Fórum, na região central de Campo Grande. A manifestação é contra a decisão da Justiça de soltar o médico Edson de Arruda Alves, preso em flagrante após causar a colisão sob efeito de álcool, e ocorre no dia que a auxiliar de serviços completaria 37 anos de idade.

Cerca de dez pessoas levaram faixas e banners com dizeres de justiça e homenageando a vítima. A filha de Márcia, Jéssica Honório de Jesus, de 19 anos, diz que o médico assumiu o risco de provocar o acidente ao dirigir o veículo embriagado. Além dela, a vítima também deixou um menino de 17 anos.

O juiz Waldir Peixoto Barbosa, da 5ª Vara Criminal de Campo Grande, mandou soltar o médico depois de cinco dias. Edson conduzia embriagado a Mercedes Benz que atingiu a traseira do Fiat Punto onde estavam a vítima e o namorado, de 37 anos.

Ele estava detido no Garras (Delegacia de Repreensão de Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros), mas o alvará de soltura expedido determinou a liberação imediata do médico, sem sequer haver a necessidade de pagamento de fiança.

O juiz revogou a prisão preventiva, atendendo ao pedido da defesa do médico, que solicitava a substituição da prisão por medidas cautelares. Edson de Arruda terá apenas que comparecer mensalmente em juízo para comprovar suas atividades e seu endereço, assim como em todos os atos do processo e não se ausentar da cidade sem prévia autorização da justiça.

Com a colisão, o veículo rodou e saiu da pista, parando às margens da rodovia. Segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal), a velocidade da Mercedes era tanta que o médico não conseguiu parar e atingiu uma carreta que seguia na frente do carro das vítimas.

Para a polícia, o médico afirmou que havia bebido duas cervejas na casa de uma amigo. Na delegacia, os advogados do médico alegaram que o acidente não foi causado pela embriaguez, mas sim pela falta de visibilidade, já que era madrugada e chovia no momento da colisão.

O teste do bafômetro foi feita e registrou 0,71 miligramas de álcool por litro de ar, valor muito acima do permitido para que o caso não seja crime. Na delegacia, Edson confessou ter bebido “duas cervejas na casa de um amigo”.

A advogada Andrea Flores explicou que o cliente resolveu ultrapassar uma carreta bitrem. Ao terminar a manobra e voltar para a pista de sentido a saída de Três Lagoas, atingiu o Fiat Punto, onde a vítima estava.

O médico está em liberdade e encontra-se em Corumbá desde o dia 21 de setembro. A defesa de Edson solicitou a viagem alegando que já estava paga antes do acidente. O retorno para Campo Grande está previsto até o dia 28.

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