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Capital

Onda histórica de calor matou oito pessoas em uma semana, diz Samu

Filipe Prado | 17/10/2014 16:51
Lucineide e os dois filhos aderiram ao banho em caixa d'água (Foto: Marcelo Calazans)
Lucineide e os dois filhos aderiram ao banho em caixa d'água (Foto: Marcelo Calazans)

Os campo-grandenses estão sofrendo com a maior onda de calor na história da Capital, que teve temperatura máxima de 40,2ºC nos últimos dois dias. Conforme o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) oito pessoas morreram nesta semana em decorrência do tempo quente em Campo Grande.

Para “sobreviver” ao calorão, a população aumentou o número de banhos e quantidade de água ingerida por dia. Outros improvisaram piscinas, usando caixas d’água. Há 29 anos, em 1985, os termômetros da Capital marcaram 39,7ºC, recorde que foi ultrapassado neste ano, de acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).

De acordo com o coordenador geral do Samu, Eduardo Cury, das oito pessoas que morreram em Campo Grande nesta semana, duas foram nas últimas 24 horas. Ele explicou que as vítimas do calor são, em sua maioria, idosos que já tenham um histórico de alguma doença, que se agravou com as altas temperaturas.

“Essas pessoas tinham doenças que se descompassaram por causa dos efeitos do clima. Por exemplo, a diabetes. A pessoas fica desidratada, então a doença se agrava”, revelou.

O coordenador ainda afirmou que a demanda do Samu, para este tipo de atendimento, aumentou de 15% a 20%.
Não suportando mais passar calor em casa, a auxiliar de cozinha Lucineide de Oliveira, 36 anos, resolveu colocar a caixa d’água no quintal de casa, encher com água e aproveitar a tarde com os dois filhos.

“Já que não tem piscina, viemos para a caixa d’água”, brincou Lucineide. Para espantar o calor, a auxiliar de cozinha também utiliza o tereré, já que, para ela, o ventilador não está “dando certo”.

O filho de Lucineide, Antonio César, 18, estuda à noite e para amenizar o calor, já que a sala de aula não possui ar-condicionado, ele e os colegas levam a bebida para aula. “Normalmente os professores não deixam beber o tereré, mas não tem como ficar sem”.

Zilma afirmou que a venda de água aumentou 30% em seu comércio (Foto: Marcelo Calazans)
Zilma afirmou que a venda de água aumentou 30% em seu comércio (Foto: Marcelo Calazans)

A venda de água também aumentou por conta do calor. A comerciante Zilma de Souza, 38, revelou que as vendas de água aumentaram 30% no supermercado. “Além da água, a quantidade de gelo vendida também é maior”, acrescentou.

Os clientes de Zilma não foram os únicos a aumentarem o consumo de água. Ela contou que está tomando mais água, para amenizar a temperatura, além de lavar mais vezes a casa com água. “Eu jogo água para amenizar o calor e limpar”, relatou.

Os campo-grandenses tem gasto mais e “sobreviver” ao calor, como no caso de Fernanda Almeida, 23. “Eu estou tomando mais sucos e vitaminas, isso tem gerado um gasto maior, mas é o jeito que a gente tem para se refrescar, já que os ventiladores não estão dando conta”, analisou.

Cury enumerou alguns cuidados que devem ser tomados pela população, por conta da onda de calor que atinge a Capital. “Sem estar hidratado. Quem cuida de crianças e idosos, usar a água com se fosse medicamento, oferecendo a eles a cada duas horas. As refeições devem ser feitas em um intervalo de duas a três horas, com comidas de fácil digestão e que tenham capacidade de hidratar”.

Também sugeriu que sejam tomados de dois a três banhos por dia, de curta duração, e que os locais estejam sempre umidificados, por conta da baixa umidade do ar.

Cury sugeriu que os locais sejam sempre umidificados (Foto: Marcelo Calazans)
Cury sugeriu que os locais sejam sempre umidificados (Foto: Marcelo Calazans)
O coordenador do Samu ainda alertou para o maior consumo de água, a cada duas horas (Foto: Marcelo Calazans)
O coordenador do Samu ainda alertou para o maior consumo de água, a cada duas horas (Foto: Marcelo Calazans)
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