Operação vai a bares da 14 de Julho em busca de bebidas adulteradas
Consumidores recebem orientações para garantir "sextou" seguro na Capital

Autoridades da Capital realizam, na noite desta sexta-feira (3), fiscalização em bares e comércios da 14 de Julho para conferir a procedência das bebidas e evitar riscos de contaminação por metanol. A operação começou nos bares da Rua Marechal Rondon e se estende a estabelecimentos da região central.
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Autoridades de Campo Grande realizam fiscalização em bares e comércios da 14 de Julho para verificar a procedência de bebidas e prevenir contaminação por metanol. A operação, que conta com a participação da Vigilância Sanitária, Semades e GCM, tem caráter orientativo e foca na verificação de registros e rotulagem adequada dos produtos. A ação surge após o primeiro caso de morte por intoxicação por metanol no Mato Grosso do Sul, envolvendo um jovem de 21 anos. O Ministério da Saúde instalou uma Sala de Situação para coordenar medidas preventivas em conjunto com outros órgãos, enquanto a Vigilância Sanitária mantém seu cronograma regular de fiscalizações na capital.
Vigilância Sanitária, Semades (Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Gestão Urbana e Desenvolvimento Econômico, Turístico e Sustentável) e a GCM (Guarda Civil Metropolitana) participam da ação, que tem caráter principalmente orientativo.
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Atacino Teixeira, fiscal da Vigilância, explicou que a ação verifica se as bebidas possuem registro nos órgãos competentes e se os rótulos indicam procedência adequada. “Procuramos na rotulagem a questão de registro, se a bebida é registrada no órgão competente, se está lacrada e se o líquido não foi adulterado. Avaliamos também se é de uma empresa original ou falsificada”, disse. O objetivo, segundo ele, é prevenir qualquer consumo de bebidas adulteradas.
Ele acrescentou que a fiscalização também faz levantamento sobre rotulagem e qualidade das embalagens para evitar que consumidores corram risco. “Estamos fazendo um trabalho preventivo para que não haja intoxicação ou consumo indevido. Verificamos o fornecimento e a procedência das bebidas de todos os estabelecimentos e ambulantes da região”, explicou.
Nicole Maldonado, proprietária do Bar da 14, destacou a importância da fiscalização para os empresários. “Hoje foi muito importante ter essa fiscalização. Passaram pelo bar e está tudo ok. Espero que todos os bares da 14 também estejam em ordem, porque sempre queremos entregar qualidade e uma boa noite aos nossos clientes”, afirmou. Ela disse que a ação trouxe segurança e tranquilidade.
A estudante Ana Romero, 23 anos, comentou que a operação passa confiança para o público. “É importante porque a gente sai com segurança para beber. Dá um medo, mas é melhor fiscalizar e assim ficamos mais tranquilos”, disse. Eduardo Henrique, 26 anos, estagiário, relatou que a fiscalização gerou receio entre os frequentadores.

“O pessoal ficou com medo do rolê, mas é questão de segurança. Está acontecendo do jeito que deveria, e precisamos disso. Vamos optar pela cerveja e pela fé neste período, longe dos destilados”, disse.
Fiscais da prefeitura também explicaram que a patrulha também se estende aos ambulantes, conferindo as notas fiscais e a procedência das bebidas. A ação não verificou alvarás dos estabelecimentos, focando exclusivamente nas bebidas.
Segundo Atacino, o trabalho é preventivo e orientador. “O objetivo é mostrar que a fiscalização está atenta para que não haja comércio de bebidas adulteradas e garantir a segurança do consumidor”, afirmou.
Intoxicação - O metanol é um álcool amplamente usado na indústria, principalmente na produção de combustíveis e solventes, mas não tem qualquer uso seguro para consumo humano. Diferente do etanol, presente em cerveja, vinho e destilados, ele é altamente tóxico.
Por não apresentar cheiro, cor ou sabor, o metanol pode ser adicionado de forma clandestina a bebidas sem levantar suspeitas. Uma vez ingerida, a substância é convertida pelo fígado em compostos nocivos, como o ácido fórmico, que atacam diretamente o organismo.
Mais cedo, um rapaz de 21 anos foi a primeira vítima da intoxicação por metanol em Mato Grosso do Sul. Ele chegou ontem à UPA (Unidade de Pronto Atendimento Comunitário) Universitário, consciente, reclamando de mal-estar gástrico, náuseas e vomitando líquido escuro. Amostras de sangue e urina foram coletadas para perícia no Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal).
Segundo boletim de ocorrência, no momento da entrada, o rapaz estava consciente, orientado, comunicativo e estável, sem necessidade de suporte respiratório. Ainda conforme relato, o rapaz confirmou que os sintomas apareceram após a ingestão de bebidas alcoólicas.
Ao chegar, ele caminhou por conta própria até a triagem, foi avaliado e classificado com a cor amarela e aguardou no saguão. A situação mudou cerca de 15 minutos depois. O jovem apresentou crise convulsiva, perdeu a consciência e foi encaminhado para a sala vermelha, onde entrou em parada cardiorrespiratória.
Esta manhã, uma equipe da Decon (Delegacia do Consumidor) esteve na UPA Universitário e recolheu o frasco de cachaça ingerido pelo rapaz. Depois, seguiu para uma conveniência no Jardim Nashville, onde também estão equipes do Procon e da Vigilância Sanitária.
Em relação à fiscalização, de acordo com a assessoria, a Vigilância Sanitária de Campo Grande segue o cronograma de rotina, com verificação da qualidade e da procedência das bebidas comercializadas nos estabelecimentos. Até agora, não foram identificados casos de intoxicação por metanol nem substâncias adulteradas nas unidades de saúde da Capital.
Diante do cenário, o Ministério da Saúde instalou uma Sala de Situação para acompanhar e coordenar medidas em conjunto com a Anvisa, as vigilâncias sanitárias locais e órgãos como o Ministério da Justiça e o Ministério da Agricultura.
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