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Órfãos ou adotados, espaços públicos se deterioram sem manutenção

Praça Itanhangá não tem padrinho e tem ponte quebrada; já rotatória sob a tutela de empresa está abandonada, coberta por mato

Ronie Cruz | 22/05/2019 14:21
Ponte de madeira quebrada na praça Itanhangá assusta frequentadores (Foto: Marina Pacheco)
Ponte de madeira quebrada na praça Itanhangá assusta frequentadores (Foto: Marina Pacheco)

A Praça Itanhangá é um dos locais favoritos de quem mora nas redondezas e gosta de fazer exercícios físicos ou caminhar ao ar livre. O parque, contudo, enfrenta problemas que colocam em jogo o sossego dos frequentadores. Pela cidade, órfãos ou adotados por empresas, sombram espaços assim, onde o abandono é visível.

Frequentadora assídua, a aposentada Helena Rosa, 80, por exemplo, já perdeu as contas de quanto tempo mora em um condomínio na frente da Praça Itanhangá e diz que se lembra de dias melhores. “Essa praça aqui já foi muito bonita. Quando ela foi inaugurada era tudo bem cuidado, tinha flores. Hoje não tem assistência nenhuma. Não tem limpeza aqui. Tá abandonada. Guarda mesmo não tem. Deveria ser adotada, mas infelizmente ninguém tomou iniciativa”, reclama a idosa. 

A praça é uma das poucas que têm o privilégio de um córrego. Por lá, além das águas do Vendas que banha o lugar, uma nascente abriga alguns peixes em meio a um arvoredo bem no meio da área. No entanto, para cruzar a nascente, o pedestre tem de passar ponte de madeira quebrada.

Helena Rosa frequenta a praça Itanhangá diariamente para fazer caminhada (Foto: Marina Pacheco)
Helena Rosa frequenta a praça Itanhangá diariamente para fazer caminhada (Foto: Marina Pacheco)

“Veja só essa ponte. Depois que nós reclamamos, veio uma equipe da prefeitura. Eu fiquei assustada. Tem uma ripa que caiu e quebrou. Em vez de cortar a ripa cortaram a que tava quebrada e botaram um pedacinho. Agora está tudo soltando. Daqui uns dias não dá mais para passar aqui”, reclamou Helena.

A funcionária pública Jovina alves, 52, faz diariamente exercícios nos aparelhos da academia ao ar livre instalada no local. Ela considera o banheiro como um dos itens de maior necessidade. “O cuidado é zero. Não tem água, não tem banheiro. A ponte está quebrada, as pessoas podem cair e se machucar ali. Falta manutenção nos aparelhos”, reclama.

O hábito saudável de fazer caminhada faz com que Jovina sempre procure a praça mais próxima. Durante a visita da reportagem do Campo Grande News à Praça Itanhangá nesta segunda-feira (20), Jovina lembrou de outro lugar visitado por ela recentemente que a deixou incomodada. Foi a praça do Coophafé na rua das Garças com a Cadênio, também sob a responsabilidade do poder público.

Quadra de esportes na praça do bairro Coophafé (Foto: Marina Pacheco)
Quadra de esportes na praça do bairro Coophafé (Foto: Marina Pacheco)

Por lá, o cenário de deterioração começa na quadra de esportes. A estrutura de um dos gols está torta e e quase encostada nos fundos da quadra. No mesmo lugar, a estrutura de basquete está sendo tomada pela ferrugem. “A quadra está um abandono total. Se você andar pela praça você não encontra lixeira. Tem gente que leva o cachorro pra fazer necessidade e não recolhe. Poderia ser mais limpa”, reclama a aposentada Geni Bordin, 69, que mora em frente.

Apesar dos desafios, ela diz que há três meses os moradores resolveram usar o espaço para fazer uma feira e afirma que manutenções regulares poderiam tornar a área mais agradável. “A feira vai para a terceira vez agora. A gente faz todo mês pra vender bolo, cuca, brigadeiro, artesanato, faz brechó. Vamos ver se melhora agora né?”, disse a aposentada. 

A Prefeitura de Campo Grande informou, por meio da assessoria de imprensa, que vai enviar equipe para averiguar a situação das praças.

Rotatória com mato na avenida Hiroshima com a rua Oliva Enciso (Foto: Marina Pacheco)
Rotatória com mato na avenida Hiroshima com a rua Oliva Enciso (Foto: Marina Pacheco)

Outro cenário - Mesmo espaços públicos adotados por empresas também podem estar sujeitos a problemas semelhantes aos enfrentados por aqueles sob a responsabilidade do poder público. Uma rotatória na avenida Hiroshima com a rua Oliva Enciso, por exemplo, adotada por uma conveniência por meio do Propam, está tomada pelo mato e com o tocos que cercam o entorno deteriorados.

A conveniência Zap Festas, responsável pela rotatória, informou que faz a manutenção da rotatória a cada dois meses e por causa das chuvas o mato cresceu rapidamente. Além disso, a próxima manutenção deve ocorrer nesta semana.

Propam - Na fila de adoção do Propam (Programa de Parceria Municipal), projeto que prevê empresas ou pessoas físicas como padinhos de locais públicos para manutenção e conservação de praças, parques, áreas verdes, canteiros e rotatórias, sobram interessados pelos canteiros ou outros pontos das avenida Afonso Pena e Mato Grosso, enquanto locais com menos apelo publicitário não despertam interesse. 

Isso porque na contrapartida dos cuidados que oferece aos espaços públicos, os parceiros da prefeitura ganham direito a fazer publicidade, com tamanho e layout determinado pela Planurb (Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano). O Campo Grande News apurou que, atualmente, são 130 áreas adotadas em Campo Grande, por meio de 118 parceiros.

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