Por quase 10 anos, esposa de preso por contrabando investigou policiais
Luciana Schenk foi coordenadora do Gacep entre abril de 2015 e junho de 2024 e está na Corregedoria do MP

Casada com o investigador Augusto Torres Galvão Florindo, preso recebendo R$ 130 mil da venda de celulares contrabandeados, a promotora de Justiça, Luciana Moreira Schenk, atuou por quase 10 anos no Gacep (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial). O servidor foi pego em flagrante na última sexta-feira (28), junto com o ex-guarda municipal Marcelo Raimundo da Silva.
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A promotora de Justiça Luciana Moreira Schenk, que atuou por quase uma década no Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial (Gacep), é esposa do investigador Augusto Torres Galvão Florindo, preso por envolvimento com contrabando. Florindo foi detido pela Polícia Federal ao receber R$ 130 mil da venda de celulares contrabandeados. Em depoimento, confessou o crime e indicou o envolvimento de outros policiais. A Associação Sul-Mato-Grossense de Membros do Ministério Público manifestou apoio à promotora, destacando sua conduta ilibada.
Em abril de 2015, Luciana foi designada para atuar no grupo que investiga as condutas dos policiais em Mato Grosso do Sul e ficou no cargo de coordenadora do Gacep até junho de 2024, quando foi transferida para a Corregedoria do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).
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Augusto foi nomeado em concurso da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul em agosto de 2014, aproximadamente um ano antes de Luciana começar a atuar no Gacep. Atualmente, ele está lotado na Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros) desde novembro de 2023, mas já passou por diversas delegacias.
Em nota, a ASMMP (Associação Sul-Mato-Grossense de Membros do Ministério Público) declarou apoio à promotora. No documento, publicado no Instagram, a entidade destaca que Luciana é uma profissional reconhecida por sua "conduta ilibada, retidão ética e dedicação institucional exemplar ao longo de sua trajetória no MPMS".
Segundo o texto, vincular o nome da promotora à prisão de Augusto é “tendencioso e gera comentários de cunho ofensivo e até criminosos, que ultrapassam os limites da liberdade de expressão”.
“A ASMMP respeita a liberdade de expressão, exercida dentro dos parâmetros constitucionais. Todavia, manifestações difamatórias e ofensivas não encontram amparo na ordem jurídica e demandam responsabilização de seus autores. Nesse sentido, reiteramos integral apoio à promotora de Justiça e comunicamos que adotaremos as medidas cabíveis para a preservação da honra e da segurança institucional de sua associada”, finaliza o documento assinado pelo presidente Fabrício Secafen Mingati.
O Campo Grande News procurou a promotora através de mensagem no WhatsApp, mas até o momento da publicação não houve resposta. O espaço segue aberto para posicionamento.
Prisão - Augusto foi pego em flagrante durante ação da Polícia Federal enquanto recebia R$ 130 mil do ex-guarda municipal Marcelo. O dinheiro era referente à venda de uma carga de produtos contrabandeados apreendida e desviada pelo policial civil.
Em depoimento, o servidor confessou o crime e afirmou que outros policiais também atuam no esquema. Procedimento administrativo disciplinar foi instaurado para apurar a conduta de Augusto, que teve a prisão preventiva decretada ainda no sábado (29).


