ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
DEZEMBRO, SEGUNDA  01    CAMPO GRANDE 31º

Capital

Por quase 10 anos, esposa de preso por contrabando investigou policiais

Luciana Schenk foi coordenadora do Gacep entre abril de 2015 e junho de 2024 e está na Corregedoria do MP

Por Ana Paula Chuva | 01/12/2025 10:59
Por quase 10 anos, esposa de preso por contrabando investigou policiais
Luciana ao lado de Augusto durante encerramento do II Curso de Operações Policiais em 2023 (Foto: MPMS)

Casada com o investigador Augusto Torres Galvão Florindo, preso recebendo R$ 130 mil da venda de celulares contrabandeados, a promotora de Justiça, Luciana Moreira Schenk, atuou por quase 10 anos no Gacep (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial). O servidor foi pego em flagrante na última sexta-feira (28), junto com o ex-guarda municipal Marcelo Raimundo da Silva.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

A promotora de Justiça Luciana Moreira Schenk, que atuou por quase uma década no Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial (Gacep), é esposa do investigador Augusto Torres Galvão Florindo, preso por envolvimento com contrabando. Florindo foi detido pela Polícia Federal ao receber R$ 130 mil da venda de celulares contrabandeados. Em depoimento, confessou o crime e indicou o envolvimento de outros policiais. A Associação Sul-Mato-Grossense de Membros do Ministério Público manifestou apoio à promotora, destacando sua conduta ilibada.

Em abril de 2015, Luciana foi designada para atuar no grupo que investiga as condutas dos policiais em Mato Grosso do Sul e ficou no cargo de coordenadora do Gacep até junho de 2024, quando foi transferida para a Corregedoria do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).

Augusto foi nomeado em concurso da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul em agosto de 2014, aproximadamente um ano antes de Luciana começar a atuar no Gacep. Atualmente, ele está lotado na Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros) desde novembro de 2023, mas já passou por diversas delegacias.

Em nota, a ASMMP (Associação Sul-Mato-Grossense de Membros do Ministério Público) declarou apoio à promotora. No documento, publicado no Instagram, a entidade destaca que Luciana é uma profissional reconhecida por sua "conduta ilibada, retidão ética e dedicação institucional exemplar ao longo de sua trajetória no MPMS".

Segundo o texto, vincular o nome da promotora à prisão de Augusto é “tendencioso e gera comentários de cunho ofensivo e até criminosos, que ultrapassam os limites da liberdade de expressão”.

“A ASMMP respeita a liberdade de expressão, exercida dentro dos parâmetros constitucionais. Todavia, manifestações difamatórias e ofensivas não encontram amparo na ordem jurídica e demandam responsabilização de seus autores. Nesse sentido, reiteramos integral apoio à promotora de Justiça e comunicamos que adotaremos as medidas cabíveis para a preservação da honra e da segurança institucional de sua associada”, finaliza o documento assinado pelo presidente Fabrício Secafen Mingati.

O Campo Grande News procurou a promotora através de mensagem no WhatsApp, mas até o momento da publicação não houve resposta. O espaço segue aberto para posicionamento.

Prisão - Augusto foi pego em flagrante durante ação da Polícia Federal enquanto recebia R$ 130 mil do ex-guarda municipal Marcelo. O dinheiro era referente à venda de uma carga de produtos contrabandeados apreendida e desviada pelo policial civil.

Em depoimento, o servidor confessou o crime e afirmou que outros policiais também atuam no esquema. Procedimento administrativo disciplinar foi instaurado para apurar a conduta de Augusto, que teve a prisão preventiva decretada ainda no sábado (29).

Por quase 10 anos, esposa de preso por contrabando investigou policiais
Augusto durante depoimento na Superintendência da Polícia Federal (Foto: Direto das Ruas)