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Capital

Corregedoria apura conduta de policial preso com R$ 130 mil de contrabando

Augusto Torres Galvão Florindo foi pego no momento em que recebia o valor referente à venda de celulares

Por Ana Paula Chuva | 01/12/2025 09:21
Corregedoria apura conduta de policial preso com R$ 130 mil de contrabando
Augusto durante depoimento na Superintendência da Polícia Federal (Foto: Direto das Ruas)

A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul informou que acompanha a prisão do investigador Augusto Torres Galvão Florindo na última sexta-feira (28) durante uma ação da Polícia Federal. O servidor foi pego no estacionamento de um supermercado na Avenida dos Cafezais, em Campo Grande, no momento em que recebia R$ 130 mil da venda de celulares contrabandeados.

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A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul investiga a prisão do investigador Augusto Torres Galvão Florindo, detido pela Polícia Federal ao receber R$ 130 mil da venda de celulares contrabandeados em Campo Grande. O caso ocorreu no estacionamento de um supermercado na Avenida dos Cafezais. A corporação determinou a abertura de procedimento administrativo disciplinar, que será conduzido pela Corregedoria-Geral. A instituição ressalta que o caso é isolado, sem relação com o Garras, e afirma não compactuar com desvios de conduta de seus servidores.

Em nota, a corporação afirmou que, tão logo tomou conhecimento do caso, solicitou oficialmente acesso ao procedimento investigatório conduzido pela autoridade responsável.

“Além disso, foi determinada a abertura imediata de um procedimento administrativo disciplinar para apurar a conduta do servidor”, diz a nota afirmando que a investigação da conduta do servidor será conduzida pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil.

A Polícia Civil destacou ainda que o caso diz respeito exclusivamente ao policial preso e que não tem qualquer relação com as atividades do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros).

Por fim, o documento reforça que a Polícia Civil não compactua com desvios de conduta de seus servidores e que "todas as medidas cabíveis serão tomadas de forma transparente e imparcial", finaliza.

Caso -  Em depoimento, Augusto confessou vender produtos contrabandeados que eram apreendidos pela corporação. Ele foi pego em flagrante na sexta-feira (28), junto com o ex-GCM (Guarda Civil Metropolitano) Marcelo Raimundo da Silva, e, no mesmo dia, ambos tiveram a prisão preventiva decretada pela juíza federal Janete Lima Miguel.

No relato, o policial afirmou que o dinheiro que havia recebido de Marcelo era referente à venda de produtos contrabandeados. Segundo a versão de Augusto, ele e outros servidores, que não quis identificar, atuavam no comércio dessas mercadorias que eram apreendidas e desviadas. Inclusive, os R$ 130 mil que recebia no momento da prisão seriam divididos e ele ficaria com apenas R$ 7 mil.

Também em relato na sede da Superintendência da Polícia Federal, o ex-guarda Marcelo confessou ser contrabandista. Em seu depoimento, ele disse que tem e administra esquema de logística para trazer produtos de origem paraguaia ao Brasil, tanto permitidos quanto os de importação proibida.

Ele contou que já chegou a ser preso diversas vezes pelos crimes de contrabando e descaminho e, por isso, está usando tornozeleira eletrônica. Porém, continua com o esquema uma ou duas vezes por semana e, como não pode ir até a região de fronteira, tem motoristas que fazem o transporte das mercadorias, ficando responsável por outras etapas, como pagamentos e negociações.

Prisão preventiva – Augusto passou por audiência de custódia, junto com Marcelo no final da tarde de sábado. Na ocasião, a juíza plantonista decidiu por converter o flagrante em prisão preventiva dos dois homens.

"Os elementos colhidos indicam atuação coordenada, própria de organização criminosa: apreensão de expressiva quantidade de dinheiro e contribuição de terceiros para o transporte e comercialização de mercadorias contrabandeadas, bem como para a movimentação e distribuição dos valores provenientes da atividade ilícita. Conforme bem assentado pelo Ministério Público Federal, há evidentes indícios de que os flagranteados são agentes a serviço de organização criminosa", diz a juíza na decisão.