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Capital

Projeto de segurança nas escolas públicas será encaminhado ao governo

Assembleia Legislativa recebeu audiência para tratar sobre o tema. Em Campo Grande, projeto atende 60 colégios atualmente.

Gabriel Neris e Clayton Neves | 23/04/2019 19:14
Audiência foi realizada nesta tarde na Assembleia Legislativa (Foto: Clayton Neves)
Audiência foi realizada nesta tarde na Assembleia Legislativa (Foto: Clayton Neves)

Representantes da segurança pública e educação de Mato Grosso do Sul participaram nesta tarde (23) de audiência pública para debater a criação do Plano Estratégico de Segurança nas Escolas. Um relatório com informações colhidas durante o debate será encaminhado ao governo do Estado para a criação do projeto, que tem como objetivo aproximar os policiais do ambiente escolar e evitar tragédias, como a que ocorreu em Suzano (SP) em março.

De acordo com a Polícia Militar, das 180 escolas públicas em Campo Grande, pelo menos 60 são atendidas pelo programa “Escola Segura, Família Forte”. Segundo o comandante-geral da PM no Estado, coronel Waldir Acosta, o programa tem funcionado com sucesso desde 2017 com uma série de ações voltadas para a segurança nas escolas.

Através de grupo no WhatsApp, PMs, professores e diretores dos colégios têm contato direto para casos de necessidade, encurtando o caminho e também o atendimento, não precisando acionar o Ciops (Centro Integrado de Operações de Segurança), através do 190.

Segundo o comandante-geral da PM, de fevereiro a dezembro do ano passado foram 117 mediações de conflito no ambiente escolar, mais de 1,2 mil abordagens dentro e fora das escolas, 48 abordagens de alunos, 31 apreensões de arma branca e 5 ocorrências de tráfico de drogas no ambiente escolar. Mas também não houve apenas repressão. O coronel destacou que pelo menos 89 palestras foram realizadas nos colégios e que os policiais envolvidos foram escolhidos pelo perfil, fazendo rondas, com abordagens e contato direto com os alunos e funcionários.

Ao abrir o evento, o deputado estadual Carlos Alberto David (PSL) lembrou que o objetivo é evitar e minimizar novos ataques. “É preciso unir ações estatais com atuação da polícia e ações multidisciplinares, além de melhoramento na estrutura física e estrutural das escolas para que a coisa aconteça. Não existe mágica”, disse.

O titular da Sejusp (Secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública), Antônio Carlos Videira, destacou que o Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas à Violência) tem funcionado e levado para o Paraguai. Também destacou que o Estado faz fronteira com dois países e para isso são necessárias políticas públicas conjuntas. “O crime não tem fronteira. É preciso unificar a política, envolvendo professores, pais e segurança pública”.

Paola Nogueira Lopes, representante da Coordenação de Psicologia e Educação da SED (Secretaria de Estado de Educação), chamou a atenção para o ambiente escolar. “É preciso pensar no processo de aprendizado. A escola não é lugar só de conhecimento, mas sim de relação humana. É preciso entender o aluno, buscar o diálogo, as vezes a escola é o único ambiente que o aluno tem para pedir socorro. Se não nos empenharmos agora não teremos sucesso”, afirma.

A coordenadora aponta que a pasta tem participado de conversas com os professores. “Trabalho de desconstrução e conscientização nas escolas”, disse. Também aponta que o processo não envolve apenas a segurança pública. “Tem violência, tráfico de drogas, questão de saúde mental. Por isso o diálogo tem que estar aberto em todos os setores”, completou.

Neste processo os policiais permanecem por pelo menos 30 minutos nas escolas três vezes por semana. De fevereiro a março foram 106 alunos abordados, número superior em relação a todo o ano passado. Os militares dizem que se deve ao ocorrido em Suzano.

Nelson Silva Riboli, presidente da Associação de Pais e Mestres da Escola Padre João Greiner, elogia o presidente, mas cobra continuidade. “Se não fica limitado a pais e professores. O diálogo entre pais e professores é conflituoso e difícil, é preciso mais gente envolvida de outros setores. Estamos num ambiente doente. Não dá para tratar só quando está doente”, cobra.

A delegada Dioneia Ortiz seguiu o mesmo raciocínio. “vivemos momentos de intolerância com o próximo, tudo com uma aparência raivosa, as pessoas não querem mais dialogar já partem para a ignorância. Temos que tirar das crianças”. Ela também diz que a violência não está somente na escola pública.

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