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Capital

Promotora sugere "Patrulha Lei Maria da Penha" para defesa da mulher

Renan Nucci | 07/07/2014 12:28
Promotora lembra que lembra que mulheres vítimas de violência beneficiadas por uma medida de proteção ainda são as principais responsáveis por noticiar o descumprimento. (Foto: Marcos Ermínio)
Promotora lembra que lembra que mulheres vítimas de violência beneficiadas por uma medida de proteção ainda são as principais responsáveis por noticiar o descumprimento. (Foto: Marcos Ermínio)

Patrulhamento especializado (Patrulha Lei Maria da Penha) promovido pela Polícia Militar ou pela Guarda Municipal poderia dar ainda mais efetividade às medidas protetivas que visam garantir a segurança de mulheres que estejam em situação de risco. Quem sugere é Ana Lara Camargo de Castro, da Promotoria de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande.

Segundo a promotora, tais medidas funcionam, porém, não existe órgão específico para vigiar o cumprimento das ordens judiciais e para atender de forma urgente e especificamente treinada o chamado das mulheres vítimas de violência.

“Não há serviço público específico que garanta, por exemplo, que o homem não vai desobedecer uma ordem e se aproximar da mulher, entretanto, as medidas são sim essenciais no sistema de proteção, já que com elas é possível determinar o dolo do agente na violação da ordem judicial, o que torna mais fácil a decretação da prisão preventiva”, disse Castro, afirmando que é neste espaço que uma polícia especializada poderia atuar, facilitando o acionamento do poder público pelas vítimas. “Os autores estariam mais vigiados, o que traria mais segurança às vítimas”, destacou.

Ela lembra que mulheres vítimas de violência beneficiadas por uma medida de proteção ainda são as principais responsáveis por noticiar o descumprimento. “Se elas sofrerem uma ameaça, por exemplo, mas não levarem ao conhecimento do poder público, jamais saberemos que a medida foi ineficaz. Depende dela noticiar o descumprimento. As patrulhas especializadas facilitariam esse acionamento pelas vítimas e propiciariam a aproximação com o sistema de justiça. Muitos homens confiam na impunidade e acabam se aproximando das mulheres, oferecendo risco”, comentou.

Na noite do dia 2, Cristiane Ferreira da Silva, de 31 anos, foi assassinada a facadas pelo ex-marido, Marcelo Roberto Dias Velasques, 33 anos. Ele estava preso por tê-la agredido em março, e havia acabado de ser transferido para o regime semiaberto. Na noite do crime, ele deveria ter voltado para o estabelecimento penal, mas descumpriu o regimento e foi até a casa da ex, onde cometeu o crime.

Somente no primeiro semestre deste ano, seis mulheres perderam a vida desta maneira. A sugestão da promotora seria para, segundo acredita ela, evitar casos assim. “Uma polícia especializada poderia ser acionada e interceptá-lo antes que algo mais grave acontecesse, já que o autor estaria descumprindo ordem judicial”, relatou.

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