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Capital

Sede de construtora acusada de dar calote tem marcas de tiros no portão

Luciana Brazil e Filipe Prado | 21/01/2014 16:32
Segundo vizinhos, dono da empresa morava nos fundos. Piscina era usada durante as festas. (Fotos: Cleber Gellio)
Segundo vizinhos, dono da empresa morava nos fundos. Piscina era usada durante as festas. (Fotos: Cleber Gellio)
Marcas de tiro no portão onde era a entrada da residência.
Marcas de tiro no portão onde era a entrada da residência.

Na sede da empresa RS Construções e Transportes, acusada de dar calote em vários fornecedores e em seguida fechar, o portão está com duas marcas de tiros. Segundo vizinhos, os disparos não são recentes e teriam sido feitos há cerca de quatro meses.

Na tarde de hoje (21), a empresa, que fica no bairro Guanandi, em Campo Grande, continuava fechada e não havia ninguém na sede. Dezenas de correspondências lotavam a caixa de correio, conforme apurou a reportagem do Campo Grande News.

Uma das cartas, enviadas pelo banco Santander, era destinada a Reginaldo Fernandes Medeiros.

A empresa RS Construções e Transportes Ltda ME não despertou a suspeita dos moradores da região. Conforme vizinhos, o dono do local morava nos fundos da sede e muitas festas aconteciam lá.

Uma moradora de 63 anos, que preferiu não se identificar, disse que os encontros eram frequentes e reunia muita gente. A piscina do imóvel também era usada. “Antes do Natal eu via muita movimentação de pessoas e carros. Até depois do Ano Novo ainda tinha festa, mas depois sumiu todo mundo”, disse a senhora.

A construtora tem duas entradas, uma pela Rua André Pace e outra pela Olívio Flores. Na Rua André Pace, a frente do imóvel era como de uma casa. Por esse portão é que os convidados entravam para festa.

No local há cerca elétrica e um portão grande, onde foram dados os tiros.

Os disparos teriam sido feitos durante a madrugada, por pessoas em um carro preto, segundo uma moradora.
Na entrada pela Rua Olívio Flores, funcionava a empresa, onde também há cerca elétrica.

Os vizinhos disseram que a presença de caminhões era frequente, o que para eles era normal, já que funcionava ali uma construtora. “O portão também abria e fechava muito rápido, não dava para ver o que tinha dentro”, disse a senhora de 63 anos.

Os moradores disseram ainda que faz cerca de um ano que a empresa foi construída.

Durante a semana muitas pessoas estiveram no local para questionar o fechamento do empresa. Uma mulher teria dito ainda que levou um calote grande da construtora e que estaria relacionado a pneus.

O caso foi registrado em dezembro na Dedfaz (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Defraudações e Falsificações). Conforme a delegada titular, Ariene Nazareth Murad de Souza Cury, o caso será mantido em sigilo, até que as investigações sejam concluídas. "Nestes casos de 'arara' é bom que nenhuma informação seja divulgada por enquanto", garantiu.

Caso- A construtora está sendo investigada pela polícia por ter realizado diversas compras de fornecedores, dado o calote e sumido da cidade, uma modalidade do golpe empresarial conhecido como “arara”. A investigação ainda não apontou o tamanho do prejuízo, mas a estimativa é que sejam milhões de reais.

Até dezembro do ano passado, a RS Construções e Transportes Ltda ME tinha uma ficha empresarial de dar inveja. Um faturamento de R$ 4,5 milhões nos últimos 12 meses, e nenhuma reclamação ou protesto em instituições financeiras. A boa situação deixava a empresa tranquila para conseguir crédito na praça.

E, no final do ano passado, a empresa realizou diversas compras com fornecedores, e simplesmente sumiu da cidade. Entre o Natal e o Ano Novo, um caminhão estacionou na frente da sede da empresa, no bairro Guanandi, e esvaziou o local, deixando para trás somente os prejuízos para as fornecedores.

Se antes tinha uma ficha “limpa”, hoje a RS Construções possui pelo menos 26 protestos em instituições financeiras, mas o montante ainda não foi calculado.

Empresa está sendo investigada pela Dedfaz.
Empresa está sendo investigada pela Dedfaz.
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