"Senti dó", diz mãe ao ver pela primeira vez suspeito de matar o filho
Janderson Maxwel é suspeito de matar Jullian Gabriel a facadas durante crise epilética em janeiro deste ano
"Ele olhou dentro do meu olho, procurou meu olhar e se desesperou. Senti dó dele." A declaração é de Katiuscia Valentina, mãe de Jullian Gabriel, assassinado a facadas durante uma crise epiléptica em janeiro deste ano. Nesta segunda-feira (2), ela encontrou pessoalmente, pela primeira vez, o acusado pelo crime. Para ela, o sentimento é o mesmo do dia em que recebeu a notícia da morte do filho.
RESUMO
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Em audiência de instrução e julgamento, Katiuscia Valentina encontrou pela primeira vez Janderson Maxwel Rochy da Silva, acusado de matar seu filho Jullian Gabriel. Durante o encontro, a mãe relatou ter sentido compaixão ao ver o desespero do suspeito, que se recusou a falar sobre o crime. O caso ocorreu em janeiro de 2023, quando Jullian, de 30 anos, foi esfaqueado durante uma crise epilética no Bairro Parque do Lageado, em Campo Grande. Janderson foi preso após quatro meses foragido e responde por homicídio qualificado. Apesar da compaixão, Katiuscia busca pena máxima para o acusado.
O encontro aconteceu à tarde, durante audiência de instrução e julgamento do caso. Em outras ocasiões, Katiuscia havia visto Janderson Maxwel Rochy da Silva apenas em reuniões virtuais, mas ainda não o tinha encarado frente a frente. Sobre o primeiro contato de olhares com o homem que culpa por ter destruído sua vida, ela é categórica: sentiu dó.
"Me avisaram que ele estaria lá, e quis entrar mesmo assim. O juiz perguntou se ele queria falar sobre o crime, mas ele buscou meu olhar, e tenho certeza de que sentiu medo e arrependimento. Senti isso no olhar dele. Quando me viu, não quis falar. Pediu para tirarem ele dali", relata a mãe enlutada.
Apesar do sentimento de compaixão, a luta de Katiuscia ainda é por justiça. Segundo ela, desde o dia em que perdeu o filho, a dor e a saudade só aumentam.
"Quando ele olhou nos meus olhos, eu tive dó dele. Dó porque vi o quanto ele é miserável, e o quanto vai fazer a família dele sofrer nas próximas gerações também. Eu não sou uma pessoa do mal, mas o que eu quero é a pena máxima. O que importa é que ele não venha para casa com sorriso no rosto depois de ter destruído a minha vida", desabafa.
O caso - Jullian Gabriel da Silva Acosta, de 30 anos, foi morto a facadas no dia 27 de janeiro de 2025, no Bairro Parque do Lageado, em Campo Grande. Segundo a Polícia Civil, ele teve uma crise epilética em via pública e, enquanto estava desacordado, foi atacado com golpes de faca. O principal suspeito do crime é Janderson Maxwel Rochy da Silva, de 27 anos, que fugiu logo após o assassinato.
Na época, o caso causou comoção entre vizinhos e familiares, já que Jullian era conhecido por ter epilepsia e não possuir envolvimento com crimes. As investigações apontaram que a vítima e o suspeito teriam discutido momentos antes do ataque, mas, no momento do crime, Jullian estava indefeso, deitado no chão devido à convulsão.
Depois de quase quatro meses foragido, Janderson foi localizado e preso pela equipe da 6ª Delegacia de Polícia Civil. Ele estava escondido dentro da despensa de uma casa no Bairro Moreninha II. Os policiais chegaram até ele após monitoramento e denúncias anônimas.
O caso segue sendo investigado como homicídio qualificado, e o inquérito já foi encaminhado à Justiça.
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