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Será que funciona? placas avisam ladrão que fio não é de cobre

Operadoras recorrem à estratégia para tentar frear roubos de cabos em Campo Grande

Por Maria Gabriela Arcanjo e Geniffer Valeriano | 05/07/2025 11:26
Será que funciona? placas avisam ladrão que fio não é de cobre
Placa antifurto da Claro na Rua 15 de Novembro (Foto: Henrique Kawaminami)

Na tentativa de diminuir a onda de furtos de cabos, as empresas de internet e telefonia têm adotado uma estratégia simples: instalar placas avisando que os fios não têm cobre.

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Para combater o furto de cabos, empresas de internet e telefonia em Campo Grande estão instalando placas que indicam a ausência de cobre nos fios. A estratégia visa desestimular criminosos que buscam o metal para revenda. A operadora Claro já utiliza a sinalização na região central, enquanto a DigitalNet, prestadora de pequeno porte, afirma ter prejuízos superiores a R$ 300 mil no último ano devido a esse tipo de crime. Moradores e comerciantes relatam ocorrências frequentes de furtos e interrupções nos serviços de internet. Apesar da iniciativa, alguns demonstram ceticismo quanto à eficácia das placas, acreditando que os criminosos conseguem identificar os fios com valor comercial. A DigitalNet investe também em outras medidas preventivas, como o reordenamento da infraestrutura, buscando segurança e eficiência no serviço. Outras operadoras foram contatadas, mas não responderam até o fechamento desta matéria.

Os avisos “não tem cobre” e “sem valor” revelam um objetivo: desestimular os criminosos que buscam o material para revenda e, consequentemente, diminuir as ocorrências de interrupções no serviço dos moradores.

É o que a operadora Claro vem fazendo na Capital. Na Rua 15 de Novembro é possível avistar uma dessas placas, que indicam somente a presença de fibras ópticas nos fios. Para quem trabalha no Centro, a tentativa é considerada bem-vinda, porém, tem dúvidas sobre a eficácia.

Ester Coutinho, de 19 anos e atendente há seis meses, relata que, desde que começou a trabalhar em uma loja de suporte de celular na Rui Barbosa com a 15 de Novembro, o local já ficou algumas vezes sem internet. “Não sei se as plaquinhas vão resolver o problema, mas é uma tentativa”, comenta a jovem.

Será que funciona? placas avisam ladrão que fio não é de cobre
Ester não tem muitas esperanças de que os furtos irão diminuir (Foto: Henrique Kawaminami)

Ainda na Rua 15 de Novembro, mas agora perto da Praça Ary Coelho, Juracy Sobrinho, de 69 anos, dono de uma loja de aviamento e costura, conta que, até o momento, não teve problemas com falta de internet, mas que é uma reclamação recorrente entre os vizinhos da região.

Sua esposa, Lurdes Martins, de 66 anos, que também trabalha no mesmo estabelecimento, expõe que, no antigo endereço da loja, na Avenida Calógeras com a Afonso Pena, o problema era muito maior e que os furtos eram frequentes.

Lurdes se mostra pouco esperançosa em relação às plaquinhas antifurto. “Eles [os criminosos] sabem diferenciar os fios que dão pra vender e os que não. A gente que é bobo, eles não.” Juracy compartilha do mesmo sentimento e acredita que, mesmo com a sinalização, os crimes continuarão a ocorrer pelo centro da Capital.

Será que funciona? placas avisam ladrão que fio não é de cobre
Alternativa para evitar fios soltos nas ruas (Foto: Henrique Kawaminami)

A DigitalNet, prestadora de pequeno porte autorizada pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), também adota essa medida. De acordo com a empresa, os prejuízos com furtos de cabos em Campo Grande ultrapassaram R$ 300 mil no último ano, considerando reposições, deslocamentos e horas técnicas envolvidas. Ainda segundo a DigitalNet, esse tipo de crime prejudica diretamente a qualidade do serviço e pode afetar centenas de clientes a cada ocorrência.

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Juracy e Lurdes dizem que já sofreram com os furtos na Avenida Calógeras (Foto: Henrique Kawaminami)

Além da sinalização antifurto, a DigitalNet afirma que está investindo em outras formas de prevenção. “Estamos promovendo esse reordenamento de forma pioneira em Campo Grande, com o objetivo de melhorar a infraestrutura urbana, facilitar a manutenção e reduzir ainda mais a exposição dos cabos a furtos e vandalismo.”

A prestadora finaliza reconhecendo que é um trabalho de longo prazo, mas que já iniciaram a execução do projeto com foco em eficiência e segurança para a população.

Dados do Instituto Conexis Brasil Digital dão conta que, no ano passado, quase 5,5 milhões de metros de cabos de cobre foram furtados e roubados no Brasil, prejudicando diretamente mais de 7 milhões de pessoas.

A reportagem entrou em contato com as demais operadoras de internet e telefonia presentes em Campo Grande, mas, até o momento do fechamento deste texto, não obteve retorno.

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Cabos depredados na 15 de Novembro (Foto: Henrique Kawaminami)

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