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Capital

Vizinhos de menino que morreu de dengue reclamam de terrenos baldios

Eduardo Borges Ortega, de 9 anos, morreu com suspeita de dengue e pode ser terceira morte por dengue da Capital

Fernanda Palheta e Clayton Neves | 10/02/2020 13:49
No terreno baldio na Rua Gavião, no bairro Morada Verde (Foto: Marcos Maluf)
No terreno baldio na Rua Gavião, no bairro Morada Verde (Foto: Marcos Maluf)

No bairro Morada Verde, onde morava o menino Eduardo Borges Ortega, de 9 anos, morreu com suspeita de dengue e pode ser a terceira morte por dengue da Capital, as ruas estão tomadas terrenos baldios, lixos e até focos do mosquito Aedes aegypti.

Na manhã desta segunda-feira (10), a reportagem do Campo Grande News, encontrou larvas do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya, em uma lata de tinta jogada em um terreno na travessa RSD, entre as ruas Curió e Andorinha.

Em apenas uma quadra da travessa existem quatro terrenos baldios, já na Rua Gavião dois terrenos ocupam um quarteirão da via. Nem mesmo a Rua Jacutinga, uma das mais movimentadas do bairro, está livre e tem pelo menos dois terrenos.

Nas áreas, além de mato alto, foram encontrados recipientes como copos, garrafas, vasilhas, embalagem, sacolas plásticas e até vasos sanitários.

Vaso sanitário descartado em um terreno baldio no bairro Morada Verde (Foto: Marcos Maluf)
Vaso sanitário descartado em um terreno baldio no bairro Morada Verde (Foto: Marcos Maluf)
No terreno da Rua Gavião, várias caixas com garras foram descartadas (Foto: Marcos Maluf)
No terreno da Rua Gavião, várias caixas com garras foram descartadas (Foto: Marcos Maluf)

Com a situação a dengue é presente para os moradores, que ou já teve a doença ou conhece alguém que teve. Este é o caso da da motorista Braiana Luares, de 50 anos. Ela, o esposo, a irmã, o sobrinho e os vizinhos já tiveram dengue. "A gente fica com bastante medo de pegar dengue de novo", lembra. "Aqui é muito difícil, tem um terreno na Rua Fragata que está horrível, todo sujo", completa.

O autônomo Valmir de Melo, de 48 anos, também já teve dengue. "A gente fica com medo de ter de novo, mas infelizmente não tem como fugir. Não adianta limpar o seu quintal se o vizinho não cuida do dele", afirma. "Não tem como controlar, mesmo se fizer um mutirão e tirar todo o lixo, em dois dias vai estar tudo igual de novo".

Maria Alzira da Silva, de 81 anos, que mora com o filho, Valmir de Melo, aponta que as reclamações são constantes. "Aqui direto, ligamos para a Prefeitura, eles acionam o dono do terreno, só que não aparece ninguém. Só vive desse jeito, cheio de mato".

Terceira morte por dengue - Conforme a Santa Casa, a morte Eduardo Borges Ortega, de 9 anos, foi constatada às 12h34 de ontem e o exame realizado deu resultado positivo para dengue. Já segundo a Sesau (Secretária Municipal de Saúde), ainda não há confirmação da suspeita de dengue. O material coletado está sob análise no Lacen (Laboratório Central de Mato Grosso do Sul).

Questionada sobre a limpeza dos terrenos e situação no bairro, a Prefeitura não respondeu até a publicação da reportagem.

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