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Cidades

Cartinhas já lotam os Correios à espera de um Papai Noel

Luciana Brazil | 13/11/2012 22:56
Padrinhos correm para agência para adoção de cartas. (Foto: Simão Nogueira)
Padrinhos correm para agência para adoção de cartas. (Foto: Simão Nogueira)

Desde que o projeto existe, há mais de 10 anos, os desejos sinceros não param de chegar nesta época do ano. Com a proximidade do Natal, as cartinhas para o Papai Noel dos Correios já começam a lotar as agências à espera de um padrinho, alguém que se sinta tocado a ajudar, adotando a carta e, claro, o presente.

A solidariedade, que costuma caminhar lado a lado com o espírito do Natal, é o que move tantas crianças e adolescentes na expectativa de conquistar o que muitas vezes não podem, por causa da dificuldade financeira.

Feitas à mão, decoradas com desenhos, com textos longos ou mais diretos, as cartinhas carregam sonhos singelos, alguns até mais ousados e mais caros, mas todos levam a simplicidade de um pedido.

Mas só bem perto do Natal o sonhador vai ter certeza se foi, ou não, “premiado” pela sensibilidade de alguém. Até lá, só resta esperar.

Até à tarde de hoje, a coordenadora do projeto em Mato Grosso do Sul Olga Martinez Torres afirmou que 4,2 mil cartas já foram entregues em todo Estado.

A expectativa é que as cartas superem os números do ano passado, quando o projeto alcançou mais de 11 mil cartas em todo Mato Groso do Sul. Campo Grande, segundo Olga, teve o melhor índice de apadrinhamento em 2011, quando 91% das cartas foram adotadas, o total era de 3,2 mil cartinhas.

No mesmo período, no restante do Estado o índice foi menor, ficando em 64% de adoções. Conforme a coordenadora, este índice está relacionado com a dificuldade de padrinhos em algumas localidades, além do volume maior de cidades. “Teve uma cidade que nós recebemos 2 mil cartas e só conseguimos 600 padrinhos”, frisou.

Para este ano, o projeto pretende atingir ao menos 75% de apadrinhamento nas cidades do interior. “Gostaríamos de alcançar o índice de Campo Grande, mas 75% já é um bom número”. Espera-se que as cartas somem cerca de 13 mil ao todo.

Motivada pelo nora, a dona de casa Vera, 77 anos, escolhia as cartas na tarde desta terça-feira, na agência dos Correios. Empolgada, ela contou que sempre deu presentes para as crianças e com bom humor fez uma observação.

"Sempre ajudei, mas eu dava brinquedos como carrinhos, bonecas simples. Agora eles querem tudo com controle remoto", disse rindo.

A amiga de Vera, a aposentada Carla Espíndola, 73 anos, enquanto escolhia a carta destacou os bons sentimentos em poder ajudar.

Modernas, as duas são assíduas na rede social Facebook e garantem que já publicaram a participação no projeto. "Ela colocou que está ajudando e eu já coloquei 'eu também'", contou Carla.

Lado a Lado, amigas escolhem cartas para apadrinhar. (Foto: Simão Nogueira)
Lado a Lado, amigas escolhem cartas para apadrinhar. (Foto: Simão Nogueira)
Olga espera que este ano o apadrinhamento seja maior em todo estado. (Foto: Simão Nogueira)
Olga espera que este ano o apadrinhamento seja maior em todo estado. (Foto: Simão Nogueira)

Os menos atarefados procuram o apadrinhamento logo no início, quando as cartas já estão disponíveis. Mas segundo Olga, os que deixam para última hora, tem um perfil mais ocupado. “Essas pessoas mais cheias de compromisso deixam sempre para o fim”.

Olga destaca que é importante delimitar um período para entrega das cartas para que haja capacidade de atender à demanda. “Se a gente conseguir 20 mil cartas, mas só tivermos 10 mil padrinhos a frustração é imensa para uma quantidade enorme de pessoas”, lembrou.

Voltado principalmente para as escolas, o projeto tem focado especialmente em alunos, mais do que crianças e jovens da comunidade.

Para Olga, a carta é um entusiasmo e um propulsor para o aprendizado e deixa de ser apenas uma carta e um presente, mas se torna o início da cidadania. “Hoje é uma carta, amanhã pode ser uma carta de trabalho, um currículo. A escrita se constrói na pessoa, começa com a construção mental e essa carta, de certa forma, contribui para isso”.

O Papai Noel dos Correios começou há mais de 20 anos, com uma iniciativa espontânea, como explica a coordenadora. “Os carteiros recebiam essas cartas e atendiam aos pedidos, na medida do possível”.

Entre os anos de 96 e 98 o projeto foi instituído como um plano de responsabilidade da empresa.

Ajudar é fácil - Para adotar uma carta em Campo Grande, o interessado precisa ir até a agência central do Correios e escolher a carta que cabe melhor no bolso, ou aquela que mais lhe chamar atenção. Não é fornecido o endereço da criança ou do adolescente.

Para quem deseja pedir, as cartas podem ser entregues até o dia 23 de novembro em qualquer agência dos Correios.

A adoção das cartinhas teve início ontem vai até o dia 8 de dezembro. Para os que apadrinharem, é importante lembrar que os presentes só podem ser entregues até o dia 14 de dezembro.

Os Correios recomendam que os presentes sejam embalados com material resistente para que não haja problemas com o conteúdo do pacote. Os presentes devem ser entregues na agência onde a cartinha foi retirada, no caso de Campo Grande, na agência central, que fica na avenida Calógeras, n°2309.

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