De 14 haitianos refugiados, apenas 1 permaneceu em MS
Enquanto aguardam decisão sobre o pedido de refúgio analisado pelo Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), os 14 haitianos que no mês fevereiro chegaram a Campo Grande fugindo da miséria do país caribenho, vítima de um terremoto em janeiro, já recebem ajuda humanitária. Porém, apenas um permaneceu na Capital.
Das 14 pessoas que cruzaram a fronteira de Mato Grosso do Sul, uma já está trabalhando na Capital, como diarista. Outras 12 visitam parentes que moram no Amapá e na Guiana Francesa e outra foi para a Argentina.
"Enquanto aguardam o pedido de refúgio eles podem transitar livremente pelo país, ter acesso a serviços de saúde e até trabalhar, mas não podem sair do Brasil", diz Renato Zerbini, coordenador-geral do Conare.
Os haitianos que têm parentes na Guiana deverão receber a visita dos familiares em terras brasileiras. A viagem é parte de um ritual fúnebre de despedida dos mortos no terremoto.
"Na tradição deles, é preciso cantar e chorar junto a morte do parente, caso contrário o espírito não se liberta", afirma o psicólogo Getúlio Gideão, da ONG Psicólogos Sem Fronteiras (PSF), que ajudou no encaminhamento desses imigrantes no Brasil.
Os haitianos, no entanto, poderão ter o pedido de refúgio negado. Isso porque o refúgio é caracterizado quando há temor de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou por opinião política. "Eles não se enquadram nesses cinco motivos.
A comunidade internacional ainda não alinhou a violência ambiental, como é o caso do terremoto, ou a violência econômica, como é a pobreza, como uma situação para refúgio", diz Zerbini. (Informações da Folha On Line)