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Cidades

Em presídio da Capital, 31% dos inscritos não fazem Enem

Redação | 05/01/2010 13:47

Uma parte considerável dos detentos que se inscreveram para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) não fará as provas. Isso porque no período entre as inscrições e a realização dos testes, que começaram hoje e amanhã, parte dos que mostraram interesse em fazer a prova deixaram as prisões. Uma mostra disso é o Instituto Penal de Campo Grande, onde apenas 29 realizaram a primeira etapa da prova, aplicada desta terça-feira, de um total de 49, o equivalente a um terço de ausências.

Em Campo Grande, também houve 50 inscritos no presídio de Segurança Máxima e 22 no presídio feminino Irmã Irma Zorzi. "Hoje estamos vendo in loco o número de presos que, de fato, farão a prova", afirma a chefe de divisão de educação da Agepen, Elaine Xavier Castro.

Em todo o Estado, foram 387 presos inscritos na prova. De acordo com ela, desde o período de inscrição, encerrado em julho de 2009, até hoje muitos detentos passaram para outros regimes, como semi-aberto e aberto.

Dentro da muralha de um presídio, o estudo, de imediato, representa a possibilidade de diminuir o tempo de prisão. "Cada três dias de trabalho ou estudo equivalem à remissão de um dia de pena", explica.

No IPCG, 850 presos ocupam espaço projetado para 268 pessoas. Depois da destruição deixada pela rebelião de dezembro de 2008, o Instituto Penal retomou ações para que os presos estudem e trabalhem.

"Temos quase 500 presos trabalhando na cozinha, padaria, marcenaria e administração geral", afirma o diretor Tarley Cândido Barbosa. Os presos produzem 4 mil pães e cerca de 1.800 refeições por dia.

Já quatro salas de aula e uma de informática são utilizadas para que 253 internos estudem. A fila de espera chega a 300 nomes. Segundo o diretor, o ideal era que pelo menos mais quatro salas fossem erguidas.

Para estudar, o preso precisa apresentar, no mínimo, seis meses de bom comportamento dentro da unidade prisional. "Aqui tem presos com penas de 1 ano até 300 anos. Mas um dia, essas pessoas vão sair. E pergunto de que forma elas vão sair?", enfatiza o diretor, que defende que investimento em estudo e trabalho podem ser caminhos opostos à criminalidade.

Enem - Além da Capital, outros oito municípios vão aplicar a prova dentro das unidades penais: Dourados, Corumbá, Ponta Porã, Cassilândia, Paranaíba, Rio Brilhante, Bataguassu e Três Lagoas.

Os candidatos serão avaliados nas disciplinas de ciências da natureza, humanas, redação, linguagens, códigos e suas tecnologias e matemática.

Federal - Em Campo Grande, a prova também é aplicada para 31 presos da penitenciária federal. Dentre eles está o narcotraficante Luís Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, que pretende fazer curso de direito à distância.

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