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Cidades

Fundador de guerrilha paraguaia morou em MS por 5 anos

Redação | 27/04/2010 10:27

O paraguaio Victor Antonio Colmán Ortega, apontado pelo governo do Paraguai como um dos fundadores do grupo guerrilheiro denominado EPP (Exército do Povo Paraguaio), morou em Campo Grande por cinco anos. O Brasil concedeu refugio a ele, Juan Francisco Arrom Suhurt e Anuncio Martí Mendez no final de 2003.

O Paraguai foi à ONU (Organização das Nações Unidas) cobrar a extradição dos três. O presidente Fernando Lugo adotou uma postura diferente do Governo italiano, que recorreu ao Supremo Tribunal Federal brasileiro para pedir a extradição de Cezar Batisti.

Fontes do Ministério das Relações Exteriores do Paraguai informaram que Colmán morou em Campo Grande por cinco anos, mas teria se mudado para Curitiba recentemente, onde moram Arrom e Martí.

Eles foram presos e levados a julgamento em 2002, mas como não ficaram detidos, conseguiram fugir para o Brasil. O grupo relatou, na época, que os acusados foram "barbaramente torturados" para confessar um crime que não cometeram e com ajuda das famílias fugiram para o Brasil, atravessando a Ponte da Amizade, em Foz do Iguaçu (PR).

Desde que receberam refúgio do Conare (Conselho Nacional de Refugiados) eles não podem ser extraditados para o Paraguai.

Eles fundaram o PPL (Partido Pátria Livre). O Governo paraguaio acusa a sigla, de extrema esquerda, de ter ligações com o EPP, que seria o braço armado do grupo político criado por Colmán, Arrom e Martí.

A guerrilha teria promovido assassinatos de policiais, militares e civis e ataques às fazendas na fronteira com o Brasil.

O EPP é o principal acusado da morte de quatro pessoas na Estância Santa Adélia, que pertence ao empresário douradense Jorge Luiz Zanetti, em 22 de abril. Após o ataque, o presidente Fernando Lugo promulgou estado de exceção em cinco Departamentos (estados) paraguaios para combater a guerrilha.

Seqüestros - Desde 2004, o Paraguai tenta repatriá-los e julgá-los pelo sequestro de Maria Edith Debernardi, nora de um ex-ministro da Economia e mulher de um dos empresários mais ricos daquele país.

Entre os sequestros organizados pelo grupo está ainda o da esposa de um empresário, Maria Bordón, que ficou 64 dias em cativeiro, em 2002. O resgate chegou a US$ 300 mil.

Os paraguaios também acusam o PPL de ter ligações com a Farc e que as duas entidades teriam colaborado para o sequestro da filha do ex-presidente do Paraguai, Raul Cubas, em 2005. Cecília Cubas foi morta pelos seqüestradores.

Para o Paraguai, os três não estão sendo perseguidos politicamente. Seriam apenas criminosos.

De acordo com o Estado de São Paulo, o Ministério das Relações Exteriores paraguaio entregou ontem à ONU diversas informações para que o Brasil mude a posição a respeito do status de refugiado concedido.

Na carta entregue, o Paraguai ainda acusa o Brasil de violar a Convenção de Genebra de 1951 que estabelece as regras que governos devem seguir para dar status de refugiado a cidadãos estrangeiros. Para o Paraguai, Arrom, Martí e Colmán não poderiam ter recebido a proteção brasileira.

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