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Cidades

Gasto com Bolsa Família cresce 77%, mas ainda há miseráveis na Capital

Graziela Rezende | 27/07/2013 11:44
Luzinete fez cadastro para os quatro filhos. Foto: Pedro Peralta
Luzinete fez cadastro para os quatro filhos. Foto: Pedro Peralta
Jovem tentou renovar ajuda para os dois filhos. Foto: Pedro Peralta
Jovem tentou renovar ajuda para os dois filhos. Foto: Pedro Peralta

Os gastos do Governo federal com o pagamento do Bolsa Família em Campo Grande, que possui 90.324 famílias cadastradas, cresceram 77% em três anos, de R$ 2,1 milhões por mês, em 2010, para R$ 3,7 milhões em maio deste ano. Apesar do aumento e do número de beneficiados representar 12,4% da população da Capital, a Secretaria Municipal de Ação Social (SAS) ainda "caça" miseráveis para incluir no programa do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome. 

“Atendemos até o dia 24 deste mês, 7 mil famílias a mais do que no ano passado. A intenção é retirar as famílias da linha de extrema pobreza, algo que muitas pessoas desconhecem existir em Campo Grande, bem como favelas. Exemplo disso é a Vila Nhá Nhá, da qual cadastramos 120 famílias em um sábado de ação itinerante, ocorrido em maio deste ano”, afirma Marcela Rodrigues, responsável pela proteção social básica da SAS.

A ação itinerante para o CU (Cadastro Único) da SAS, além de atender o Bolsa Família, para aqueles que querem aderir ao programa e realizar a inclusão de mais pessoas, também pega dados para a geração do número do NIS, para aqueles que estão em busca das casas populares.

“Estamos fazendo esse trabalho manualmente nos bairros e posteriormente digitalizamos o processo na prefeitura. E, a partir daí, cobramos uma série de acompanhamentos periódicos ao médico e na escola desta criança, todas exigências para o responsável receber mensalmente o benefício”, explica a diretora Rodrigues.

Em média, uma mãe que faz o cadastro dos filhos recebe R$ 70 por cada inscrito. “Trabalhamos com a idéia da transferência da rede condicionada, para melhorar a vida desta família e retirá-la da pobreza. Aliado a este trabalho, oferecemos cursos de inclusão produtiva com certificado para as mães, por exemplo. Com isso, muitas conseguem uma renda melhor”, diz a diretora.

Após a qualificação, os funcionários da SAS ainda dão aulas de empreendedorismo aos cadastrados. “Não adianta de nada a mulher se tornar manicure e não saber nem o preço que vai cobrar para fazer as mãos de uma cliente ou até mesmo gastar todo o dinheiro que ganha, sem reservar ao menos um pouco para comprar o esmalte. São os "mimos" que elas recebem para ter uma profissão por completo”, brinca a diretora.

Moradores do Jardim Hortênsia em ação itinerante. Foto: Pedro Peralta
Moradores do Jardim Hortênsia em ação itinerante. Foto: Pedro Peralta
População ainda tem acesso a cursos. Foto: Pedro Peralta
População ainda tem acesso a cursos. Foto: Pedro Peralta

Com a expectativa de receber o benefício para os quatro filhos, com idades que variam de um ano e oito meses a 18 anos, a auxiliar de limpeza Luzinete do Carmo dos Reis, 38 anos, conta que a ajuda é destinada somente a alimentação dos filhos. “Compro o essencial com este dinheiro, que é o arroz, feijão, carne e misturas, já que dificilmente sobra para uma fruta. E como o meu ganho líquido é R$ 450 mensais, deixo este valor para comprar uma roupa para eles, ou algo muito necessário”, comenta Reis.

Solteira e com dois filhos, a auxiliar administrativo Beatriz Lopes de Oliveira, 24 anos, está renovando, na manhã deste sábado (27), o cadastro para o Bolsa Família. “Eu trabalho, mas manter duas crianças de cinco anos e outra de dois meses não é fácil. Então preciso desta ajuda”, avalia a jovem.

A ação itinerante, que hoje ocorreu na Escola Municipal Elízio Ramires, do bairro Jardim das Hortênsias, é realizada de acordo com a demanda em outros bairros de Campo Grande. Neste ano, os profissionais já passaram pelos bairros Dom Antônio Barbosa, Cidade de Deus e a Portelinha.

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