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Cidades

HR desrespeita pacto ao parar atendimento psiquiátrico

Redação | 10/04/2010 10:19

Foi irregular a suspensão do atendimento de Psiquiatria do Hospital Regional de Campo Grande, no dia 3 de abril, afirmaram nesta manhã o secretário municipal de Saúde, Leandro Martins, e o coordenador de Saúde Mental do Município, Fábio Paes Barreto. Segundo eles, há um compromisso do Hospital de reativar setor na próxima semana.

As afirmações foram feitas durante a Conferência de Saúde Mental, que está sendo realizada desde ontem, na Uniderp/Anhanguera. Martins e Barreto disseram que para suspender o atendimento o HR deveria, primeiro, ter consultado os componentes do pacto pela saúde no Estado, no caso as secretarias municipal e estadual e o Ministério da Saúde, além dos conselhos de saúde. São os órgãos pactuados que definem o funcionamento da rede pública de saúde, a partir dos recursos recebidos pelo SUS.

Para colocar em prática a desativação do setor, o HR precisa da concordância dos outros integrantes do pacto, afirmou o secretário.

Cogitada já há algum tempo, a suspensão do atendimento ocorreu depois de um incêndio na ala psiquiátrica do HR, que teria sido provocado por um paciente.

As 18 pessoas que estavam no local receberam alta no dia seguinte ao incêndio.

"O HR funciona de forma pactuada e as decisões precisam ser tomadas em conjunto", disse o secretário de Saúde de Campo Grade. Apesar da declaração, ele disse entender o fato de ter havido uma contingência emergencial.

Martins informou que houve uma reunião com representantes da Secretaria Estadual e Municipal e do hospital na quinta-feira e que foi feito o compromisso de retomar o atendimento na semana que vem.

Fechamento arbitrário - O coordenador de Saúde Mental, Fábio Barreto, foi além em sua análise da situação. Afirmou que a decisão do HR foi "arbitrária".

Ele lembrou que o Hospital é um dos poucos onde há vagas para pacientes com dependência química em Campo Grande e alertou para a importância de garantir atendimento a essas pessoas.

Ao falar do alcoolismo como exemplo, citou que em países de primeiro mundo, os pacientes em tratamento chegam a ficar em unidades de terapia intensiva, por causa da gravidade do quadro gerado pela dependência.

Barreto, que é psiquiatra e psicnalista lembrou que a dependência química, de drogas legais e ilegais é uma questão série, de saúde pública.

Em Campo Grande, segundo ele, só a Santa Casa, com 30 leitos, o Hospital Nosso Lar, com 160, e o HR, com 18, oferecem tratamento psiquiátrico pelo SUS, incluindo os casos de dependência química.

Na rede municipal, que tem seis Caps (Centro de Atendimento Psicossocial), só um deles, no bairro Aero Rancho, atende casos emergenciais. Com a suspensão do atendimento no HR, a procura no local já aumentou.

O Campo Grande News tentou localizar o diretor-geral do Hospital Regional nesta manhã, mas ele não atendeu as ligações.

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