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Interior

Acusado de enviar cocaína em ônibus de fiéis é preso depois de 47 dias foragido

Alvo da Operação Viagem Santa, José Pereira Barreto se entregou à PF em Dourados

Helio de Freitas, de Dourados | 09/03/2021 12:58
José Pereira Barreto ao lado da mulher na praia, no Réveillon de 2021 (Foto: Reprodução)
José Pereira Barreto ao lado da mulher na praia, no Réveillon de 2021 (Foto: Reprodução)

Está preso na delegacia da Polícia Federal em Dourados (a 233 km de Campo Grande) o empresário José Pereira Barreto, 40, o “Zé do Ônibus”. Ele é acusado de enviar cocaína para São Paulo no fundo falso de veículos que levavam fiéis católicos ao Santuário de Aparecida, na cidade de mesmo nome no interior paulista.

Dono da Euro Tur Viagens e Turismo, José Pereira Barreto foi um dos alvos da Operação Viagem Santa, deflagrada no dia 21 de janeiro deste ano pela Polícia Federal para desmantelar o esquema de remessa de cocaína em ônibus de turismo religioso.

No dia da operação, mandados de busca e apreensão foram cumpridos pela PF no ponto de embarque da Euro Tur na Rua Onofre Pereira de Matos, no Centro, e na garagem da empresa, na Rua Araguaia, no Jardim São Pedro.

Barreto foi o único dos dez alvos da operação que conseguiu escapar. Depois de 47 dias foragido, ele se apresentou à delegacia da PF na segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul para cumprimento do mandado de prisão temporária válido por 30 dias.

O Campo Grande News apurou que devido ao poder financeiro do empresário e de seu alto grau de periculosidade, existe grande chance de a PF pedir a transformação da prisão em preventiva (sem prazo definido).

Em fevereiro de 2019, Barreto sobreviveu a atentado a tiros em Dourados. O crime foi encomendado pela então mulher dele, Valdirene Fiorentino da Silva, 37, e envolveu um ex-funcionário da empresa Euro Tur. O empresário ficou vários dias internado na UTI.

Viagem de graça – Deflagrada pela PF e pela Receita Federal em Dourados e Deodápolis (onde existe outra empresa de fachada do esquema), a Operação Viagem Santa foi desfecho de longa investigação iniciada ainda em 2018.

Ônibus de turismo religioso saíram de Mato Grosso do Sul levando cargas milionárias de cocaína para São Paulo. Para despistar a polícia, os veículos viajavam lotados de católicos devotos de Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil. Os fiéis viajavam com todas as despesas pagas pela quadrilha. A alegação era de que se tratava da boa ação de um “pagador de promessas”.

Segundo a investigação, tinha carregamento de cocaína beirando os R$ 20 milhões, como o descoberto por agentes da Polícia Federal e da PRF (Polícia Rodoviária Federal) em 26 de maio de 2019.

O ônibus da empresa Prado Tur Viagens e Turismo (também de fachada, segundo a polícia), transportava 28 passageiros e no fundo falso foram encontrados 556 quilos de cocaína pura. A polícia acredita que o destino final seria a Europa, onde a droga chegaria de navio.

Sócio – O dono da Prado Tur, Janqui Fernandes Prado, foi alvo da operação do dia 21 de janeiro deste ano, mas ele já estava preso por violência doméstica, acusado de espancar e até atirar na ex-mulher.

A polícia descobriu que a Prado Tur era empresa de fachada usada no esquema montado por José Pereira Barreto. Janqui Fernandes Prado tinha sido motorista da Euro Tur. No dia 18 do mês passado, o juiz Alessandro Leite Pereira, da 4ª Vara Criminal de Dourados, revogou a prisão preventiva de Janqui pelo crime de violência doméstica.

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